O comediante Bill Cosby, 84 anos, poderá ir a julgamento cível por supostamente agredir sexualmente uma adolescente há 47 anos, com o desarquivamento de uma ação apresentada há sete anos, informou nesta sexta-feira (13) um juiz do condado de Los Angeles.
A ação apresentada em dezembro de 2014 assegura que o ator, que caiu em desgraça e saiu recentemente da prisão, agrediu sexualmente Judy Huth na mansão da Playboy em 1974, quando ela tinha apenas 15 anos.
A agressão provocou na então menor de idade um "agudo dano psicológico e mental", segundo Huth. O caso foi suspenso enquanto Cosby enfrentava um julgamento penal na Pensilvânia por drogar e agredir sexualmente em 2004 outra mulher, Andrea Constand, que trabalhava na universidade do Templo na Filadélfia.
Cosby foi condenado e depois libertado por decisão da Suprema Corte do Estado, que advertiu que não lhe permitiram ter um julgamento justo. A partir desta decisão, o juiz de Los Angeles revogou praticamente a totalidade da suspensão que pesava no caso cível, exceto no que diz respeito a uma eventual declaração de Cosby.
Esta última vigora até 30 de setembro, quando se saberá se a decisão da Suprema Corte da Pensilvânia será apelada na Suprema Corte dos Estados Unidos. Dúzias de mulheres dizem ter sido agredidas sexualmente pelo ator, mas só o caso de Constand chegou a um julgamento penal devido a prescrições.
A soltura de Cosby, que cumpriu dois anos de prisão de uma sentença de três a 10, irritou várias advogadas do movimento #MeToo. Sua sentença foi a primeira por agressão sexual de uma celebridade desde o advento do movimento mundial contra a violência sexual e o abuso de poder sofrido pelas mulheres. Mas a corte não o inocentou, apenas anulou a condenação por uma questão técnica.