O comediante norte-americano Bill Cosby foi condenado, nesta quinta-feira (26), em um tribunal da Pensilvânia, por drogar e molestar uma mulher em sua casa. O caso é o primeiro grande julgamento de uma celebridade por crime sexual na era da campanha feminista #MeToo.
Cosby foi considerado culpado de três crimes de agressão sexual, cometidos sobre Andrea Constand em 2004. Segundo a vítima em um tribunal, ela visitou o comediante, que era patrocinador de uma universidade, para pedir dicas sobre sua carreira. A defesa de Cosby não negou que houve relações sexuais entre eles, mas afirmou que foi consensual e que Andrea teria mentido a fim de pegar dinheiro do comediante. O argumento não convenceu o júri que declarou Cosby culpado e o condenou a 10 anos de prisão.
O ator de 80 anos, que é largamente conhecido nos Estados Unidos, principalmente por seu trabalho no seriado The Cosby Show, já foi acusado de assédio sexual por mais de 50 mulheres. Todas as outras alegações foram consideradas antigas demais para serem processadas. Cosby sempre negou as acusações.
Segundo julgamento
Em junho do ano passado, Bill Cosby foi submetido a outro julgamento, que foi anulado depois que o júri não alcançou um veredito por unanimidade sobre nenhuma das acusações contra o ator americano, após mais de 50 horas de deliberações.
A Justiça americana exige unanimidade entre o júri para que se possa pronunciar um veredito. Os jurados já haviam indicado que estavam em um impasse. O juiz havia pedido que dessem prosseguimento aos debates, porém mais de 20 horas de discussões suplementares não lhes permitiram alcançar um veredito unânime.
O novo julgamento, que resultou na condenação de Cosby, durou duas semanas. Além de Constand, outras cinco mulheres testemunharam contra o comediante, com relatos de abuso. Uma delas perguntou, entre lágrimas: "Você se lembra, não é, sr. Cosby?".