Parece mentira, mas, nesta semana, eu vi pela primeira vez a novela mais clássica de todos os tempos. Assim que Roque Santeiro (1985) estreou no catálogo do Globoplay, resolvi assistir ao primeiro capítulo.
A experiência foi um misto de estar diante de algo inédito com a sensação de revisitar velhos amigos. É claro que conheço a história de Dias Gomes (1922 – 1999) e Aguinaldo Silva. Sei quais são os principais personagens – quem não se lembra de Sinhozinho Malta (Lima Duarte) e Porcina (Regina Duarte)? –, seus desfechos, vi cenas soltas exibidas em programas especiais. Porém, parar e assistir a um capítulo, foi a primeira vez.
Atemporal
Uma história clássica é aquela que segue atual e pode ser revisitada em qualquer tempo, sem ficar datada. Por tudo isso, Roque Santeiro é um clássico da teledramaturgia e merece seu lugar entre as grandes criações da TV brasileira. Em que ano se passa a história? Pouco importa. Asa Branca é uma cidade que poderia existir até hoje, daqueles lugares em que o tempo parou, coronéis mandam e desmandam, tipos estranhos circulam pelas ruas, o folclore local cultua de beatas a lobisomens, sem distinções.
No Brasil mais profundo, até hoje, existem muitos dos elementos que povoam a novela. Tô certa ou tô errada?