Em meio às sacudidas de um vagão do metrô no Rio de Janeiro, o cantor Izrra viralizou nas redes sociais cantando Final Feliz, de Jorge Vercillo. Quatro anos depois, o mesmo alto-astral que ele emprestou à canção deve marcar sua apresentação na final do The Voice Brasil, nesta quinta-feira (17), com exibição ao vivo, às 23h05min, na RBS TV. Assim como Izrra, os outros três finalistas carregam histórias de superação até chegar ao palco do programa, onde têm a chance de conquistar o prêmio de R$ 500 mil e um contrato com a Universal Music.
Carlinhos Brown, técnico de Izrra, acredita que todos os finalistas da nona temporada do reality musical da Globo são vencedores.
— Esse metrô agora é o ecoar da voz do Izrra, percorrendo trilhos que levam aonde ele quer chegar e que o levarão longe. Todos os finalistas devem seguir dando o melhor de si em cada movimento que fizerem — disse Brown, em entrevista por e-mail a GZH.
Oscilando entre a MPB e o pop, Izrra nasceu na Baixada Fluminense e começou a cantar aos quatro anos, na igreja. Ganhador de uma bolsa para estudar música na Escola Villa-Lobos, levou sua paixão à semifinal do programa, quando apresentou Zero, de Liniker, com ampla aceitação do público.
Assim como Izrra, Victor Alves é morador da cidade do Rio de Janeiro e conquistou sua vaga com boa vantagem entre os concorrentes do time de IZA. Alves já trabalhou como entregador de lanches e sua simplicidade transpareceu ao longo da temporada do reality. Dedicou-se ao samba, cantando faixas de Dilsinho, Ivete Sangalo e Ferrugem. IZA ficou feliz ao ver que sua aposta está em sintonia com o público.
— A gente está ali vendo o artista na nossa frente e fica feliz quando acerta nosso pensamento junto com o do público. Saber que eles estão conosco é importante porque dividimos a responsabilidade com o público do Brasil, que acaba se tornando um técnico também — afirma a cantora.
Os outros dois finalistas também prometem fazer bonito na grande decisão. Defendendo o reinado de Michel Teló, técnico campeão das cinco últimas temporadas, o curitibano Douglas Ramalho deve apostar no pop. Além da música, ele se dedica à produção de tortas para pagar as contas. No programa, apresentou faixas como So Sick, de Ne-Yo, e Meu Abrigo, da Melim.
— Ele tem um timbre muito bonito, uma facilidade para cantar e canta o que quiser, todos os estilos, com o jeito dele. É um cara batalhador, um exemplo do que foi nosso país neste ano — elogia Teló.
Felicidade
Natural de Bebedouro (SP), a quarta finalista também viu o programa como forma de superação: Ana Canhoto enfrentou síndromes de pânico nos últimos anos. Escolhida por Teló no início da disputa e “roubada” por Lulu Santos ao longo da disputa, Ana se destacou com faixas como Piloto Automático, da Supercombo, e Você Sempre Será, de Marjorie Estiano.
— O entretenimento tem sido fundamental para a saúde psicológica de todos nós. Nossa missão é a mesma: descobrir o caminho da felicidade dos candidatos, do público e a nossa própria — aponta Lulu, refletindo sobre o crescimento de Ana ao longo das semanas.
Teló espera que o público fique atento aos pequenos detalhes, como a “luz que cada um exala no palco”. Para Brown, o The Voice quer dizer ainda mais sobre o mundo:
— Buscar a vitória final é como buscar a vitória diária na vida. É preciso estar inteiramente presente no palco, doar o melhor de si a cada apresentação. E o público, que a gente chama de quinto técnico, é o grande vencedor do reality, independentemente do formato que tenhamos. E neste ano, com a pandemia e a ausência física do público nos estúdios, isso fica ainda mais evidente.