O comunicador Marcelo Tas causou polêmica no Roda Viva desta segunda-feira (18), que recebeu o humorista Marcelo Adnet. No programa comandado por Vera Magalhães, Tas criticou o fato de Adnet ser "declaradamente de esquerda" e sobre a profissão dele não existir em países como Cuba e China. O questionamento levantou discussões ideológicas nas redes sociais ao longo do dia.
Em entrevista ao UOL, Tas disse que o "humorista não deveria nunca se declarar de esquerda ou direita", porque abrir o jogo seria "induzir um viés e contaminar a mensagem".
— Apontei o fato incontestável de que em alguns países comandados e admirados pela esquerda, como Cuba, não existem humoristas em atividade. Isso não tem nada a ver com o bom humor e calor humano do povo cubano, evidentemente. Mas com o fato de que na ilha impera um regime que não admite a crítica, nem de humoristas nem de partidos ou até mesmo jornais de oposição à ditadura de Fidel — disse Tas, ao UOL.
Apesar da questão, Tas reafirmou que em Cuba "não há um Marcelo Adnet" e que o brasileiro é "privilegiado em poder se abastecer do talento dele". Mesmo assim, diante da polêmica, o comunicador foi comparado ao dono da Havan por Rafinha Bastos.
— Todos têm direito de contestar minha opinião, evidentemente. Temos que aprender a ir além da lacração e do cancelamento, sintomas clínicos da fragilidade do debate no Brasil — aponta Tas.
Nesta segunda, Adnet ocupou o centro do Roda Viva e falou sobre sua trajetória e posicionamentos. Em relação ao atual estado do Brasil, ele afirmou sentir que os políticos representam uma "concorrência desleal" aos comediantes, por estarem constantemente envolvidos em situações absurdas.
— Existem momentos em que eu me limito a reproduzir o que aconteceu. Coloco ali só um molhinho, uma piada a mais para amarrar, para dizer "olha, isso aqui é um quadro de ficção" — concluiu.