Game of Thrones, The Witcher e tantas outras séries ambientadas na Idade Média foram sucesso nos últimos anos na TV e no streaming. O interesse por este período histórico impulsiona Cursed: A Lenda do Lago, nova série da Netflix, que faz uma releitura da lenda de Rei Artur. A produção estreia na plataforma nesta sexta-feira (17).
Trata-de adaptação do romance gráfico homônimo escrito pelo americano Tom Wheeler e ilustrado por Frank Miller, desenhista celebrado por, entre outros trabalhos, O Cavaleiro das Trevas, repaginação do universo do Batman que marcou a cultura pop — ambos assinam a produção da série estrelada por Katherine Langford, de 13 Reasons Why.
Em entrevista por videoconferência a GaúchaZH, Wheeler e Miller destacaram que o período medieval tem forte conexão com as pessoas, por falar sobre uma tema que as deixa inquietas: suas origens.
— Isso sempre está ecoando na cabeça das pessoas. A era medieval fala muito sobre o nascimento do que é uma civilização, que está em risco agora com o coronavírus. As pessoas travavam guerras políticas o tempo todo, o que também tem tudo a ver com o que vivemos agora — diz Miller.
Katherine vive Nimue, jovem bruxa que recebe a missão de entregar uma espada misteriosa ao jovem Artur (Devon Terrell), ainda longe de se tornar o homem mais poderoso do reino. A relação dos dois personagens dialoga, segundo os produtores, com o século 21.
— Jovens de todas as raças, em todo o mundo, estão dizendo que o mundo não vai bem com esses protestos. Nimue e Artur, de certa forma, falam exatamente sobre isso: as coisas precisam mudar. Eles lutam contra o sistema, algo que parece irreparável — acredita Wheeler.
A própria experiência de Miller com Cursed está representada na série: as transições entre uma cena e outra recuperam desenhos feitos por ele para a história de Wheeler. Ele também destaca que a personalidade que Katherine Langford deu à jovem heroína da série o intrigou durante a produção.
— A Nimue faz escolhas surpreendentes e eu pensava: "Para onde que ela vai?". Acho que nem sempre isso acontece nas histórias medievais. Muitas vezes, você se vê forçando o personagem a fazer coisas, mas ela de fato lidera a sua própria história — orgulha-se.