Parece ironia do destino, mas dois episódios da segunda temporada de The Good Doctor falam exatamente sobre uma quarentena forçada. Este é somente um dos desafios do Dr. Shaun Murphy (Freddie Highmore) no seriado norte-americano, que terá os 18 capítulos inéditos na TV aberta brasileira exibidos semanalmente na RBS TV, a partir desta quinta-feira (25), logo após Mestre do Sabor.
A relação dos brasileiros com a série certamente incentivou a nova rodada de exibição . A primeira temporada integrou a grade da Globo, entre agosto e outubro do ano passado, e teve altos índices de audiência. No Globoplay, onde os espectadores podem ver todas as três temporadas na íntegra, é uma das produções mais acessadas do catálogo, segundo a plataforma.
Neste segundo ano, The Good Doctor tem mais corpo do que na fase inicial. Logo no primeiro capítulo, o hospital ganha uma nova direção e Shaun será colocado para tratar um paciente sem-teto. Como é portador de distúrbios neurológicos, revemos sua dificuldade de empatia no atendimento. O retorno de Lea (Paige Spara), sua vizinha, também vai causar agito no coração do médico.
Ao longo dos episódios, a temperatura esquenta entre o casal e outros dramas que serão enfrentados no hospital. Os capítulos 10 e 11, intitulados Quarentena Parte 1 e 2, mostram um vírus mortal tomando o centro de tratamento intensivo, levando ao isolamento completo do local. Mesmo com os riscos, o momento também será de superação para Murphy: ele vai realizar seu primeiro parto, sozinho.
Fora da emergência, ainda em Quarentena, os médicos Neil Meléndez (Nicholas Gonzalez) e Claire Browne (Antonia Thomas) correm para salvar a vida de um paciente que precisa de um transplante urgente de medula óssea, sendo que o doador se encontra na sala de emergência isolada do mundo.
A remoção de um tumor, uma discussão indevida com um paciente e até o atendimento de uma mulher com autismo são outros dilemas encarados pelo bom doutor. Bem aceita nos Estados Unidos, a segunda fase teve seu último capítulo assistido por 7,7 milhões de espectadores, liderando com folga na sua faixa horária.
The Good Doctor já está com uma quarta temporada confirmada e conta o roteiro, direção e produção executiva de David Shore, o nome por trás de House, série médica que teve oito temporadas e rendeu um Emmy de melhor roteiro ao autor.
O que tem o bom doutor
Um dos grandes segredos do sucesso da série é a personalidade de Shaun, abalada diretamente por sua saúde. O diagnóstico do protagonista combina dois transtornos neurológicos: autismo, caracterizado por dificuldades na socialização, e síndrome de Savant, que tem entre as características tanto inteligência acima da média e grande capacidade de memorização quanto dificuldade de socialização.
Um portador de savantismo (como também é chamado), por exemplo, é capaz de aprender uma língua nova em pouco tempo. Na série, o autismo é demonstrado nas cenas em que Shaun não exibe empatia por pacientes e colegas. Já o savantismo é representado pela memória fotográfica do jovem médico.