The Good Doctor – O Bom Doutor caiu no gosto dos brasileiros. Exibido pela Globo no ano passado, nas noites de quinta-feira, o seriado registrou elevados índices de audiência e estreou sua terceira temporada na segunda-feira, no Globoplay, já com público cativo. A trama é centrada em Shaun Murphy (Freddie Highmore), jovem cirurgião autista, que lida com o preconceito de seus colegas (e até de pacientes) no hospital em que atua. Saiba cinco razões para o sucesso da série:
A pegada certeira de David Shore
The Good Doctor tem roteiro, direção e produção executiva de David Shore, o nome por trás de House, série médica que teve oito temporadas, entre 2004 e 2012, e rendeu um Emmy de melhor roteiro a Shore. Adaptação de uma série coreana homônima, The Good Doctor conseguiu estabelecer feição própria graças a Shore. Freddie Highmore, que vive o protagonista da série, elogia:
— David Shore é brilhante na forma como escreve. Na nova temporada, explora novas nuances sobre relacionamentos e vai passo a passo nesse jogo da conquista.
O apelo de dramas médicos
Histórias médicas são um gênero popular em todo o mundo. Além de House, vale lembrar de dois outros sucessos com longevidade nas telas: Grey’s Anatomy, que estreia sua 16ª temporada no Brasil na semana que vem, e E.R., com 15 temporadas lançadas entre 1994 e 2009. No Brasil, a temática também tem apelo. No ano passado, Sob Pressão chamou a atenção nas noites de terça-feira da Globo ao mostrar os dramas dos médicos Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) em um hospital de periferia.
A empatia de Freddie Highmore
A popularidade do personagem se deve, em grande medida, à atuação sensível de Freddie Highmore. Com 20 anos de carreira, o ator começou ainda garoto, aos sete, como protagonista do remake de A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), assinado por Tim Burton. E se consagrou como o perturbado Norman de Bates Motel, reinvenção para a TV do clássico de Hitchcock Psicose. David Shore elogia o comprometimento de Highmore:
— Desde a primeira vez que me encontrei com ele fiquei impressionado.
O autismo humanizado
Tema pouco presente na televisão, o autismo ganha um retrato realista em The Good Doctor. Aos poucos, Shaun evolui na forma como se relaciona com os colegas e pacientes, mostrando as dificuldades para quem é portador do transtorno. Ele também tem a síndrome de Savant, que afeta suas relações sociais.
— A forma como é tratado o autismo, com humanidade, mostrando que são pessoas que precisam de uma oportunidade, faz com que as pessoas se conectem desde o começo — afirma Highmore.
O que tem o bom doutor
O diagnóstico do protagonista da série The Good Doctor combina dois transtornos neurológicos: autismo, caracterizado por dificuldades na socialização, e síndrome de Savant, que tem entre as características tanto inteligência acima da média e grande capacidade de memorização quanto dificuldade de socialização. Um portador de savantismo (como também é chamado), por exemplo, é capaz de aprender uma língua nova em pouco tempo. Na série, o autismo é demonstrado nas cenas em que Shaun não exibe empatia por pacientes e colegas. Já o savantismo é representado pela memória fotográfica do doutor.
Segundo Alessandra Marques Pereira, neurologista pediátrica com pós-doutorado em transtorno do espectro autista, Shaun pode exercer seu ofício normalmente:
— Em termos técnicos, um médico com autismo não tem nenhuma limitação. Séries assim são positivas porque, se abordam o assunto de uma forma adequada, ajudam na quebra de estigmas e, principalmente, do preconceito que cercam o transtorno.
O que vem por aí
Na terceira temporada, a trama vai além da vida profissional de Shaun. Logo no episódio de estreia, inicia-se uma discussão sobre amor e relacionamentos, com a chegada de uma noiva ensanguentada no hospital onde ele trabalha. O jovem médico passa a refletir sobre namoros. No mesmo episódio, ele terá um primeiro encontro romântico com a Dra. Carly Lever (Jasika Nicole).