Abandonada em um convento, Fabiana cresceu sem ter qualquer sinal de sua família. Por meio da TV, encontrou a irmã de quem foi separada quando criança, graças a um amuleto que ambas ganharam da avó.
Fabiana, personagem de Nathalia Dill na novela A Dona do Pedaço, atualizou as definições de vilania. Ao saber que a irmã, Vivi Guedes (Paolla Oliveira), morava em São Paulo e era famosa, a noviça abandonou o celibato para tentar se dar bem na vida.
Nos próximos capítulos da trama de Walcyr Carrasco, a jovem irá chantagear Josiane (Agatha Moreira), a filha problema da protagonista Maria da Paz (Juliana Paes), querendo para si a fábrica de bolos. Fabiana já provou que está à altura de Jô quando o assunto é se apropriar de bens alheios.
Em entrevista a GaúchaZH, Nathalia Dill fala que está adorando a recepção do público e acredita que a vilã pode surpreender ainda mais até o final do folhetim.
Fabiana é uma ex-freira que se mostrou invejosa, ambiciosa e manipuladora? Como você lida com isso?
Fabiana me surpreende pela pessoa que é (risos). Ela é interesseira, egoísta, invejosa, pensa em se dar bem e não mede consequências para conseguir o que quer. Muita gente me pergunta se não é estranho ela ser uma ex-noviça e ser dessa forma. Eu não vejo problema algum. Fabiana não estava no convento por vocação: foi abandonada ali e foi embora antes de tomar os votos, porque nunca sentiu o convento como o lugar dela. Esses sentimentos já estavam ali, ela só não tinha como investigá-los e deixá-los aparecer. Mas, quando saiu de lá, deu vazão a isso.
Qual a maior dificuldade na construção da personagem? Tem medo do que ela ainda pode fazer?
Não diria dificuldades, mas sim muitos desafios na construção dela. É uma personagem que tem mil intenções em uma mesma cena, cada hora está de um jeito. Preciso fazer um estudo minucioso de cada aparição, com qual personagem ela vai estar... Isso dá um trabalhão (risos). E eu adoro. Fabiana não é instintiva. O raciocínio dela funciona de outra maneira. Ela não tem uma conduta previsível. Adoro como ela sempre me surpreende.
Por que você acha que as pessoas se deixam enganar por ela?
Fabiana lê bem as pessoas. Isso a faz tão encantadora como perversa. Ela antecipa desejos, vontades, é solícita, tem sempre a coisa certa a dizer. Isso faz com que as pessoas confiem nela. Talvez o jeito doce e o fato de ser ex-noviça também contem pontos a favor. A Fabiana sabe muito bem usar essa confiança. Não é que as pessoas se deixem enganar. Não é algo simples. Ela cria situações para se tornar essa pessoa essencial e, quando o outro percebe, já está enredado. Vai construindo uma arapuca personalizada para cada pessoa com quem se relaciona e que tem algo a lhe oferecer. Não sei se ela vai parar. Qual é o limite? Não sei. Talvez ela queira sempre conquistar algo mais.
Da onde vem tanto ódio?
Acho que o abandono no convento fez com que ela se ressentisse por ter sido afastada da família. E foi alimentando esse sentimento. Quando viu que a irmã teve uma outra sorte na vida, esses sentimentos vieram com ainda mais força. Aí ela decidiu buscar a vida que sempre quis.
Existe algo da Fabiana na Nathalia?
Acho que nós duas somos determinadas. Mas para por aí (risos).
O que esse papel em A Dona do Pedaço significa na sua carreira?
É muito especial. Não tinha vivenciado ainda uma repercussão tão grande por causa de uma personagem. As pessoas na rua brincam: “Lá vai a freirinha”, “toma cuidado com essa freirinha”... É divertido. A relação do público comigo acaba sendo uma novidade. Estou adorando o que ouço nas ruas, os apelidos que vejo nas redes sociais. Estou muito feliz e animada com o que está por vir para a Fabiana.