Pedro Bial retoma a partir desta terça-feira (9) seu programa de entrevistas conversando ao longo da semana com três personalidades muito presentes no noticiário do Brasil, cada qual representando um espectro ideológico da polarização política que marca o país nos últimos anos: Sergio Moro, Olavo de Carvalho e Jean Wyllys.
No começo da madrugada de terça para quarta-feira (0h40min, na RBS TV), Conversa com Bial recebe o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apresentado pelo jornalista como “avalista moral do governo Bolsonaro” e “homem sinônimo da Lava-Jato”. Bial reforça na introdução do programa a ambição de “além de prover o conforto da diversão e da boa informação, manter-se como tribuna de debate público pelo aperfeiçoamento da democracia”.
A conversa com Moro teve tom bem-humorado, e o ministro topou até tirar uma foto imitando seu tuíte que viralizou na semana passada, em que aparecia segurando um calendário para provar que a conta na rede social era de fato sua. “Provando que nossa reestreia é essa mesmo (o que é um pouco inusitado)”, diz a legenda da nova imagem, publicada no Instagram pela conta oficial do programa, parafraseando os dizeres usados pelo ministro no Twitter.
As duas entrevistas seguintes foram gravadas no Exterior. Nos Estados Unidos, a conversa que será exibida nesta quarta foi com o filósofo Olavo de Carvalho, apontado como o guru intelectual do governo do presidente Jair Bolsonaro. Bial lembra ter entrevistado Carvalho em 1997, para o canal Globonews.
– Foi a primeira vez que ele apareceu na televisão. Agora, chamei o Olavo para rever aquela entrevista de 22 anos atrás, olhar tudo o que aconteceu de lá para cá – diz Bial.
Na Europa, o jornalista reencontrou Jean Wyllys, ex-deputado federal por dois mandatos, pelo PSOL, a quem conheceu quando apresentou o Big Brother Brasil – Wyllys venceu a edição de 2005 do reality show. A entrevista vai ao ar na quinta-feira:
– Foi o primeiro intelectual, professor, de origem pobre, baiano, gay, era algo muito novo, que emocionou o país inteiro.
Para apresentador, ideias opostas devem conviver
Para Bial, além do autoexílio a que se lançaram, Carvalho (radicado nos Estados Unidos desde 2005) e Wyllys (que deixou o Brasil no começo deste ano alegando estar sofrendo ameaças a sua segurança) têm em comum o fato de possuírem um projeto de país, mesmo que por caminhos diferentes.
– São brasileiros que sofrem o Brasil, intelectual e emocionalmente. Talvez por isso não tenham conseguido ficar aqui. Estão fora, mas permanecem ativos e influentes. Ideias opostas não necessariamente precisam se excluir. Elas devem conviver. É assim que é a democracia – destaca Bial.