Virou modinha. Desde que Nina (Débora Falabella) deu o troco em Carminha (Adriana Esteves) na novela Avenida Brasil (2012), muitas tramas tentaram usar a vingança como mote principal. Mas, como tudo o que é mostrado à exaustão, perdeu a graça. Virou mais um clichê, entre tantos que povoam a teledramaturgia.
Depois da tão comentada virada de Clara (Bianca Bin), em O Outro Lado do Paraíso (2017), o horário nobre trouxe outro personagem vingativo: Roberval (Fabricio Boliveira), em Segundo Sol. Mas, entre a mocinha da trama anterior e o atual rancoroso, há um abismo gigante.
Roberval teve todos os motivos para virar um homem mesquinho e cheio de ódio. Afinal, foi criado como empregado do próprio pai, Severo (Odilon Wagner), enquanto Edgar (Caco Ciocler) cresceu rodeado de mimos.
O filho branco foi o escolhido para ter todas as regalias, enquanto o negro ficou apenas com as sobras. Cruel.
Cansativo
Mas, em sua sede de vingança, Roberval deu um passo à frente e dois atrás. Prometia destruir os Athayde, mas, no capítulo seguinte, emprestava uma fortuna para tirá-los da miséria. No fim das contas, é Roberval quem está bancando os luxos da família que jura odiar. Foram quase 100 capítulos neste morde e assopra.
Somente nesta semana, o vingativo mostra as suas cartas. Depois de comprar a mansão, obriga o pai a trabalhar como motorista, do mesmo modo como ele próprio, no passado, fazia. Os demais membros da família também terão de servir ao novo patrão.
Ainda assim, Roberval mais parece um garotinho magoado do que um homem rancoroso. Nem os Athayde levam muito a sério tanto barulho.