Novo Mundo chega ao fim hoje com um saldo positivo. Ao recontarem passagens fundamentais da História do Brasil, os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson conquistaram o público e a crítica.
É claro que houve uma pitada de ficção e um bocado de licença poética sobre os fatos históricos, mas nada que tire o brilho da trama. Pelo contrário, foi um dos maiores acertos do horário nos últimos tempos.
Reinaram
Um dos grandes trunfos da novela foi a aposta em um elenco jovem, talentoso e afinado. O quarteto formado por Dom Pedro (Caio Castro), Leopoldina (Letícia Colin), Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede) mostrou sintonia em cada cena de ação, romance e emoção.
A ligação entre os quatro se tornou ainda mais forte depois que Joaquim se descobriu meio-irmão de Dom Pedro. As amigas inseparáveis Anna e Leopoldina viraram cunhadas e estreitaram ainda mais os laços que as uniam desde o primeiro capítulo. No meio da trama, Bonifácio (Felipe Camargo) foi um reforço importante no time do bem.
Triângulo amoroso
Aos 40 do segundo tempo, Domitila (Agatha Moreira) chegou chegando. Uma das grandes paixões de Dom Pedro ganhou a antipatia do público logo de cara. Afinal, todos torciam por Leopoldina.
Historicamente, a imperatriz foi vítima desse triângulo amoroso, humilhada e abandonada pelo marido. Mas o clamor dos fãs da personagem falou mais alto, por isso, os autores de Novo Mundo garantem que ela terá seu merecido final feliz. É a chance que a ficção tem de consertar, diante do público, uma das grandes injustiças da história.
Afundaram
Nem só de acertos vive uma novela. Faltou a Novo Mundo um vilão à altura dos apaixonantes mocinhos. Thomas (Gabriel Braga Nunes) parecia caricato e forçado diante do talento de Isabelle Drummond.
Outro ponto fora da curva foi o longo período em que Anna penou nas mãos de Thomas. A inércia da mocinha não combinava com a personalidade forte e corajosa que ela mostrava no início da novela. Como alguém que lutou com piratas pode ter se curvado a um vilão tão medíocre?
Ladrões de cena
Alguns coadjuvantes roubaram a cena. O grande destaque foi Ingrid Guimarães como Elvira Matamouros. Fadada a morrer na metade da novela, acabou ficando até o último capítulo.
A dupla cômica formada por Licurgo (Guilherme Piva) e Germana (Vivianne Pasmanter) rendeu momentos divertidíssimos. A caracterização deu o tom certo aos "porcos".
Última página: como será o final da trama
— Feliz, mas aberto. Assim será o último capítulo. A trama chega ao fim no dia da coroação de Dom Pedro e Leopoldina. À espreita, Domitila estará observando tudo. Quem conhece um pouco da história sabe que a favorita do imperador continuou com ele por muitos anos e que Leopoldina morreu antes dos 30 anos. Mas a novela poupará o público. Acreditemos que todos foram felizes para sempre, ao menos na ficção.
— Outro desfecho que deixará muito para a imaginação dos telespectadores é o de Piatã (Rodrigo Simas). Aclamado como novo Pajé dos Tucarés, ele terá uma visão assustadora: o mal tocando seu povo e a floresta sendo destruída. Infelizmente, é mais uma pitada da realidade.
— Final de novela é o momento de punição para os malvados. Thomas será morto pelo pirata Fred Sem Alma (Leopoldo Pacheco). Já Sebastião (Roberto Cordovani) terminará seus dias pobre e mendigando em praça pública, humilhado até pelos escravos que tanto maltratou.
— Depois de morrer e ressuscitar a pedido do público, Elvira terá um merecido final feliz. Ela sai em turnê com uma companhia de teatro, acompanhada dos dois homens de sua vida, Hugo (César Cardadeiro) e Quinzinho (Theo de Almeida Lopes).
— Por fim, os mocinhos serão felizes para sempre. Anna publica seu novo livro, desta vez sem censura e livre das ameaças de Thomas. Joaquim voltará a ser ator, encenando peças escritas pela amada. Pra completar, vem mais um irmãozinho para Vitória.