Dorothy Gale e seu escudeiro Totó retornam ao mundo de Oz a partir desta sexta-feira na TV. Eternizada por Judy Garland no filme O mágico de Oz (1939) – inspirado na coletânea de livros de L. Frank Baum –, a personagem ressurge repaginada na versão televisiva. Adulta, a ex-menina do Kansas guia o público em um enredo que passa longe de ser um remake do longa ou uma adaptação fiel à obra do escritor norte-americano. A estreia de Emerald City será à 1h (na madrugada de sábado), no canal Fox1, com episódio duplo.
A primeira temporada desta releitura do clássico O maravilhoso mágico de Oz terá 10 episódios, todos dirigidos pelo indiano Tarsem Singh. Na essência, a história mantém a narrativa original: Dorothy (Adria Arjona) é transportada no olho de um tornado para a Terra de Oz, um lugar místico e perigoso habitado por bruxas e seres mágicos. Para sair do local, ela precisa chegar a Emerald City, a Cidade das Esmeraldas, e pedir ajuda ao poderoso Mágico de Oz (Vincent D'Onofrio). E é essa viagem que está envolta em surpresas, com personagens inéditos e também uma nova roupagem para os inesquecíveis Leão Covarde, Homem de Lata e Espantalho.
Leia mais
Princesa empoderada: por que já amamos Moana, nova heroína da Disney
Ficção científica "Passageiros" estreia nos cinemas de POA nesta quinta-feira
Comovente, filme vencedor de Cannes narra jornada de homem desassistido pelo Estado
– Pegaram o mundo de Oz e redesenharam completamente, focando em uma audiência contemporânea – explica em entrevista por telefone a ZH Oliver Jackson-Cohen, ator britânico que dá vida ao Espantalho, aqui batizado como Lucas. – O que é esperto por parte da série é que esta lida com questões da atualidade, o poder, a corrupção e a luta das mulheres pela igualdade.
A jornada épica e sombria da trama tem um quê de Game of thrones em ritmo de Once upon a time. Aventura, guerra e dramas amorosos compõem o enredo – Dorothy e o espantalho Lucas manterão, inclusive, uma relação que vai além da amizade.
– Há um vínculo forte entre esses dois estranhos. Eu não deveria dizer muito a respeito porque você deve assistir para descobrir, mas é um relacionamento muito bonito (risos) – revela Jackson-Cohen.
EMERALD CITY
Série em 10 episódios. Estreia na madrugada de hoje para amanhã, à 1h. No Fox1.
EXCLUSIVO: Oliver Jackson-Cohen, ator que vive o Espantalho em Emerald City, fala sobre a série
Como é interpretar um dos principais personagens de uma trama clássica?
Incrível. O que temos a nosso favor, em Emerald City, é o fato de ser uma reinterpretação de um clássico. Agora, o Espantalho não está procurando um cérebro, está sofrendo de amnésia. Ele não faz ideia de que quem é, onde está, o que aconteceu com ele. No primeiro episódio, é apresentado amarrado a um poste após ser atacado e queimado, e não sabe como foi parar ali. Até o sétimo ou oitavo episódio, não faço ideia do que está acontecendo, quem eu sou, por que estou ali. E aí há uma grande surpresa no enredo: de repente, ele se lembra de tudo. E, então, a história inteira é virada de ponta-cabeça. Novamente!
Sendo uma releitura, há mais ou menos pressão da parte do público e também da crítica?
O que temos a nosso favor é o fato de não estarmos fazendo um remake. Tentamos apresentar uma versão diferente. De certo modo, isso faz a pressão e também o desafio serem mais brandos.
Ao que você credita o sucesso da história até hoje? Acha possível esse fenômeno se consolidar também na TV?
Se você lê os livros, percebe que os temas abordados são fascinantes. Se você observar bem, verá que se trata de mulheres possuindo um poder incrível e homens sentindo-se amedrontados por isso. Além disso, todos os personagens são incrivelmente ecléticos. E também acho que o filme se tornou icônico, marcante, parte saliente da infância de muita gente. Todos os que conheço parecem ter tido algum tipo de experiência com O mágico de Oz.
Como será a relação entre Dorothy e o Espantalho Lucas?
Muito sexy. A relação entre eles será, de fato, muito bonita. Ela o encontra fincado a um poste, ajuda-o a descer e cuida dele. E, como ele não tem a menor ideia do que está acontecendo ou de quem é, uma relação de confiança se estabelece muito rapidamente. São dois estranhos, mas o vínculo entre eles vai ficando muito forte à medida que atravessam a paisagem. Nossa Oz não é alegre, dançante, com flores por todo lado. É um mundo sinistro, então o que é, de fato, bonito é a criação dessa relação entre dois protagonistas que se dão alento um ao outro nesse contexto.
Como foram as gravações? Você tem alguma história de bastidores que poderia contar?
Você já viu o cachorro que usamos para interpretar o Totó? É uma loucura. Adria e eu passamos um tempão tentando não ser atacados por ele. Na verdade, havia uns quatro cães diferentes disponíveis. Como a série mostra Dorothy e Lucas viajando juntos, nós tivemos que aturar a companhia canina durante muito tempo. Acho que, se você perguntar a qualquer outro membro do elenco o que era mais engraçado no set, terá como resposta: o cachorro.
Como você define a série? É uma aventura, uma fantasia, uma produção de ação?
Acho que é tudo isso junto. É um programa épico, eu diria. O que é muito interessante em Emerald City é que a série lida com muitos assuntos da atualidade. Estabelece relação com situações e temas que estão na pauta no mundo hoje em dia. Então, acho que "uma aventura épica" provavelmente deve ser o melhor jeito de descrevê-la.