Repercussão digna de horário nobre, personagens cativantes e uma história que caiu no gosto do público. Êta mundo bom chega hoje ao seu último capítulo como mais um acerto de Walcyr Carrasco.
O autor da novela das seis trouxe de volta para os finais de tarde a ingenuidade e o bom humor de que os telespectadores tanto precisavam.
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A trama não foi só de acertos, é verdade, mas, no geral, sai de cena com um saldo positivo. Afinal, segundo o professor Pancrácio (Marco Nanini), "tudo o que acontece de ruim é pra melhorar".
ACERTOS
– Sergio Guizé, definitivamente, nasceu para ser Candinho! É impossível imaginar outro ator que coubesse tão bem ao papel de protagonista de Êta Mundo Bom!. Ingênuo e meio bobo até, mas durão quando era preciso, o caipira entra na galeria de personagens mais queridos dos últimos tempos na teledramaturgia. Vai deixar saudade!
– Ela era uma "simples empregadinha", como dizia Sandra, mas roubou a cena e se transformou na grande heroína da história. Maria (Bianca Bin), sempre pronta para desmascarar os vilões e acabar com qualquer armação contra Anastácia, ainda lidava com os próprios dramas pessoais. Mas sempre deu a volta por cima sem se abater.
– O núcleo caipira, com destaque para Elizabeth Savalla (Cunegundes), Ary Fontoura (Quinzinho) e Rosi Campos (Eponina), rendeu momentos divertidos.
– Otimismo foi a palavra-chave da trama. Baseado na obra Cândido, do escritor francês Voltaire, Walcyr Carrasco trouxe belos ensinamentos ao público de casa.
ERROS
– Em sua primeira protagonista, Débora Nascimento não convenceu como deveria. Filomena errou muito, sofreu, chorou, mas não tinha o carisma necessário para ser a mocinha. Aos poucos, foi se apagando diante do talento de Bianca Bin (Maria), tanto que chegou a passar capítulos sumida, sem função. Somente na reta final, voltou a ser o centro de tudo, como vítima dos planos de Sandra.
– Com um mocinho tão expressivo, esperava-se que o vilão estivesse à altura. Mas não foi o que aconteceu com Ernesto, um malandro sem escrúpulos, mas que não dava um suspiro sem as orientações de Sandra. Ou seja, um fantoche.
– Apesar das cenas hilárias, o núcleo cômico acabou pecando pelo excesso. A repetição de situações e a demora em desenrolar os conflitos do pessoal da fazenda cansou. Ou alguém ainda aguenta ouvir falar do "cegonho"?
– O elogiado escritor Walcyr Carrasco não conseguiu fugir de seus velhos clichês, conhecidos em outras novelas suas, como as famosas guerras de comida ou os tradicionais banhos de lama. Foi divertido nas primeiras tramas escritas pelo autor, mas quando ainda era novidade para os telespectadores. Em Êta Mundo Bom!, acabou se mostrando até fora do tom que a novela exigia.
E vocês, curtiram a novela ou acham que poderia ter sido melhor?