A titular da Secretaria de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, concedeu entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (22). Na ocasião, a secretária comentou a perspectiva para setor cultural após a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul no mês de maio.
Na conversa, Beatriz menciona organizações que estão oferecendo trabalho e profissionais para auxiliar na recuperação do patrimônio danificado.
— A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) vai bancar o que tiver de bancar para recuperar esse patrimônio — afirma. — Nós vamos aproveitar esses oferecimentos para dar vazão aos municípios que, de fato, irão precisar de apoio financeiro e técnico para recuperar essas instituições.
A secretária destaca que somente 30 municípios do Estado não foram diretamente afetados pelas enchentes, o que torna mais extenso o processo de mensuração dos estragos.
— Nós ainda estamos fazendo levantamentos — inicia. — Nosso trabalho está sendo feito diuturnamente com os municípios, buscando entender qual é a abrangência dos danos.
Beatriz cita como exemplo o Museu do Carvão, em Arroio dos Ratos, que ficou com o acervo inteiro embaixo d'água. Ela explica que peças pertencentes à coleção foram transferidas para São Jerônimo, onde estão sendo mantidas congeladas em um frigorífico até o momento em que seja possível iniciar o processo de recuperação.
Conforme relata a secretária, outro espaço cultural diretamente atingido pelas águas foi a Casa de Cultura Mario Quintana, que teve o andar térreo inteiramente afetado. No local, concentram-se a Cinemateca Paulo Amorim, assim como empreendimentos como a Livraria Travessa e o bar e restaurante Térreo.
Questionada em relação ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), Beatriz afirma que quase todo o acervo do museu foi salvo, exceto as mapotecas, grandes estruturas de ferro onde estão instalados desenhos do local.
— Ainda estamos com água no andar térreo do Margs, mas já estamos trabalhando com o Sistema Estadual de Museus, junto com o nosso Departamento de Memória e Patrimônio — garante. — Eu também estou em contato com a reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que tem um curso de conservação e restauro de bens materiais que se colocou à disposição.