O escritor e jornalista Artur Xexéo morreu na noite deste domingo (27), aos 69 anos. Internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ele lutava contra um linfoma. A informação foi confirmada pelo canal GloboNews, onde o jornalista era comentarista de cultura e cotidiano.
Em uma entrada ao vivo na GloboNews, Maria Beltrão, apresentadora do Estúdio I — programa que contava com a participação de Xexéo —, explicou que ele descobriu um linfoma não Hodgkin há duas semanas e iniciou o tratamento, porém não resistiu. Em seu relato emocionado, Beltrão também mencionou que Xexéo sofreu uma parada cardíaca na última sexta-feira (25), logo revertida.
Nascido no Rio de Janeiro, Xexéo passou a infância e o início da juventude em várias cidades do interior do Brasil, como conta sua biografia no site Memória Globo. Quando se formou no colegial, deixou os pais em Juiz de Fora para cursar a faculdade de Engenharia na PUC-Rio. Porém, seu caminho era outro: ele se apaixonou pelo jornalismo e ingressou no curso de Comunicação Social, na Faculdade Hélio Alonso. Perto de se formar, ingressou na editoria de geral do Jornal do Brasil.
Em 1978, aceitou uma vaga de repórter na sucursal da revista Veja no Rio de Janeiro. Ele se tornaria amigo do jornalista Zuenir Ventura, que, em 1982, o convidaria para trabalhar na revista IstoÉ. Mais tarde, em 1985, ele passaria a ser subeditor da Revista de Domingo, suplemento cultural do Jornal do Brasil. Foi aí que Xexéo começou a se especializar em jornalismo cultural.
Em 1992, Xexéo foi convidado para ser colunista do JB. Em seu espaço, ele falava de cultura, televisão, política, sempre em um tom crítico. Foi um sucesso.
“Eu não queria que fosse um fracasso retumbante, passar vergonha, mas achei que ia fazer uma coluna para durar seis meses. Aquelas colunas do JB nunca duravam muito tempo, então achei que ia acabar. Mas não acabou”, relatou ao site Memória Globo. Sua coluna na publicação durou quase 20 anos.
Em 2000, ele levou a coluna para o jornal O Globo. No ano seguinte, passou a ser comentarista da rádio CBN, conversando diariamente com Carlos Heitor Cony e Viviane Moss. Foi em 2001 que assumiu como editor do Segundo Caderno, de O Globo, cargo que o jornalista deixaria 2010, passando a se dedicar à coluna no jornal.
Colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews, ele também participava da transmissão do Oscar na Globo desde 2015. Como escritor, ele lançou livros como Janete Clair: A Usineira de Sonhos, O Torcedor Acidental e Hebe, a Biografia.
Além disso, o jornalista também foi atuante no teatro: escreveu os musicais como A Garota do Biquíni Vermelho (2010), Nós Sempre Teremos Paris (2012), Cartola – O Mundo é um Moinho (2016), Minha Vida Daria Um Bolero (2018) e a adaptação do espetáculo americano A Cor Púrpura (2019).
Repercussão
Nas redes sociais, colegas e amigos de Xexéo lamentaram a perda.
"Tristeza: o jornalismo brasileiro perde mais um de seus bons profissionais. Descanse em paz, Artur Xexéo!",escreveu o jornalista Chico Pinheiro.
"Fica em Paz, querido Artur Xexéo", publicou o apresentador Serginho Groisman.
Fluminense, clube do coração de Xexéo, também prestou tributo ao jornalista: " O Fluminense Football Club lamenta profundamente o falecimento do jornalista Artur Xexéo, tricolor de coração. Desejamos muita força aos familiares e amigos".
Paulo Coelho destacou: "Gente como você não morre nunca. Descansa um pouquinho e volta logo! Muitas saudades, grande amigo".
A cineasta Sandra Kogut lamentou: "Quanta tristeza... nem consigo acreditar".
A jornalista Natuza Nery: "Vamos ter que ficar sem você, querido Xexéo. E você era tão necessário aqui. Não consigo acreditar nisso".