Marcel Hartmann
Em seu mais novo livro, A Tensão Superficial do Tempo, o escritor catarinense (nascido em Lages) radicado no Paraná Cristovão Tezza costura a história de um professor de química que pirateia filmes para a mãe idosa. Sentado no Passeio Público de Curitiba, o personagem rememora relacionamentos, carreira e família em um Brasil polarizado. As menções ao momento político despontam como pano de fundo, aludindo ao país governado por Jair Bolsonaro: a cidade da história é Curitiba, cenário-mor da Lava-Jato, e o protagonista é amante de uma mulher casada com um procurador federal. Emocionalmente quebrado, ele vive em um país instável. Essa situação é aludida no nome do livro, que remete ao fenômeno da natureza que explica como insetos conseguem caminhar sobre a água sem afundar. Nesta entrevista, Tezza, que é autor de diversos outros livros, entre os quais o premiado best-seller O Filho Eterno, defende que a literatura aborde o presente, mostra seu espanto com o governo Bolsonaro, mas critica também a gestão do PT.