Assim como toda a classe artística, Betty Faria vê com preocupação o futuro da cultura e das políticas públicas voltadas ao setor. Em entrevista a GaúchaZH por e-mail, a atriz falou sobre o relançamento de Tieta, novela de 1989 que foi disponibilizada nesta segunda-feira (8) no Globoplay, e as ações de Regina Duarte na Secretaria Especial da Cultura.
Ainda empossada no cargo, Regina segue como secretária até a exoneração ser divulgada no Diário Oficial da União — ela já tinha anunciado a saída do cargo em encontro com Bolsonaro, em maio.
— Sobre Regina, não quero falar. Ela já apanhou bastante. Como artista nesse momento, tenho o dever de lutar. Lutar pela cultura no Brasil — reforça Betty Faria. — O que é um país sem Cultura? Quando passar essa pandemia, vamos precisar de uma nova maneira, de um novo olhar , mas lembrando sempre que nossos técnicos, nossos artistas em geral já estavam sofrendo o desemprego e agora, então, é uma situação terrível mesmo.
Em isolamento em casa, Betty conta que pensa muito nos técnicos desempregados — ela frisa que são mais de 350 mil pessoas — e com a paralisação da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Por isso, ela destaca a importância da mídia em retratar a realidade e as dificuldades da produção de cinema no país:
— Existe um processo de difamação aos órgãos de cultura e artistas que precisa ser esclarecido. Com esse processo de difamação, os artistas, antes queridos e respeitados pelo público, passaram a ser mal vistos, como aproveitadores. Estamos, nós da cultura, sofrendo muitas, mas muitas injustiças. E a imprensa precisa nos ajudar a esclarecer tanta maldade.