A atriz Regina Duarte abriu uma rodada de conversas com secretários estaduais para estudar medidas que reduzam o impacto da crise do novo coronavírus na Cultura. Por meio de decretos governamentais, salas de cinema, exposições, shows e apresentações foram cancelados em diversos estados do país.
Com pouca autonomia e trabalhando com apenas parte de sua equipe, Regina ainda não tem uma cifra sobre quantos artistas e produtores culturais podem ser afetados pela dispersão da doença no Brasil. Ela está há menos de um mês no cargo.
A previsão é de que medidas mais rígidas de paralisação de atividades sejam tomadas nas próximas semanas. O Ministério da Saúde estima uma curva ascendente do número de pessoas afetadas pelo vírus entre os meses de abril e junho.
Internamente, a secretária pediu que sua equipe levantasse o tamanho do impacto esperado nos setores do Audiovisual, Economia Criativa, Fomento e Incentivo (Lei Rouanet) e Lei da Ancine.
Ela aguarda esses números e o resultado das conversas com os secretários estaduais para pedir uma audiência com representantes do Ministério da Economia. A intenção de Regina é buscar recursos para anunciar medidas que atenuem esse impacto econômico.
Após 50 anos de carreira como atriz da Globo, ela decidiu romper o contrato com a emissora para assumir a pasta cercada de polêmicas na gestão Bolsonaro. Ela é a quarta ocupante do posto.
Futuro
Regina assumiu uma pasta com orçamento e estrutura tímidos. Ela tem apenas R$ 2 bilhões à sua disposição este ano e uma equipe fracionada, já que as sucessivas mudanças na Secretaria Especial da Cultura provocaram perda de funcionários, cargos e prestação de serviços, como assessoramento jurídico.
A secretaria tem parte da sua estrutura no Ministério da Cidadania ainda, a qual era vinculada até o fim de 2019. Outra fração depende do Ministério do Turismo, ao qual é subordinada atualmente.
A atriz está verificando ainda quais os valores que foram contingenciados em sua área como o Fundo Nacional de Cultura e o Fundo Setorial do Audiovisual.
Além das dificuldades estruturais da Secretaria, Regina também não conseguiu que alguns dos nomes que havia escolhido passassem no "filtro ideológico" do Palácio do Planalto, que já barrou mais de uma indicação feita por ela para a pasta.