BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta quinta-feira (7) o dramaturgo bolsonarista Roberto Alvim para o comando da Secretaria Especial de Cultura.
Ele exercia o cargo de diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte (Fundação Nacional de Artes). A nomeação foi publicada em edição extra do "Diário Oficial da União".
Alvim ganhou recentemente a simpatia de Bolsonaro ao ter protagonizado um embate público com a atriz Fernanda Montenegro. Ele usou as redes sociais em setembro para atacar atriz, após ela ter posado para a capa da revista Quatro Cinco Um.
Na época, ele disse sentir "desprezo" por Fernanda e a acusou de ser "mentirosa". Na publicação, ela aparecia vestida de bruxa em uma fogueira de livros. A Associação dos Produtores de Teatro emitiu nota repudiando as declarações do dramaturgo.
Antes de assumir o cargo de diretor, Alvim comandava o Clube Noir, renomado espaço teatral em São Paulo, até a casa ter as atividades encerradas neste ano --declínio que ele atribui a um boicote promovido pela esquerda após assumir-se de direita.
Há três anos, ele dirigiu a montagem Leite Derramado, baseada no romance homônimo do compositor Chico Buarque. Se na época Alvim era próximo de Chico, hoje considera que a aproximação de Bolsonaro representa o fim de sua carreira no teatro.
Nesta quinta-feira (7), o presidente também transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo.
A mudança não é a primeira que deve ser feita na Cidadania, cujo plano do presidente é desidratá-la para que seja futuramente fundida ao Ministério dos Direitos Humanos.
A Secretaria Especial do Esporte, por exemplo, que também é subordinada à pasta, deve ser transferida até o final do ano para Turismo ou Educação.
A fusão faz parte de plano administrativo discutido entre a Casa Civil e a Economia. A ideia de Bolsonaro é fazer as mudanças a conta gotas, evitando que sejam chamadas de uma reforma ministerial.
Com uma Cidadania enxuta, a ideia é que seja incorporada pela ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos.
O presidente ainda não definiu o destino do ministro Osmar Terra (Cidadania). Uma das hipóteses aventadas por auxiliares presidenciais é de que ele assuma Saúde.
A alteração poderia, no entanto, causar um incômodo com o DEM, que hoje está à frente da pasta com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministério.