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Ainda em 2008, Glória Menezes esteve em Porto Alegre para apresentar a peça Ensina-me a Viver dentro das comemorações dos 150 anos do Theatro São Pedro. Agora, ela retorna à Capital com a peça para celebrar seus 80 anos de idade e 55 de carreira. A temporada que estreia nesta quinta-feira (1º/10) é uma aposta alta: será de quinta a domingo, em dois finais de semana. É comum que espetáculos de fora do Estado realizem apenas duas ou três sessões na Capital.
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Explica-se: a peça é um dos maiores sucessos teatrais da carreira de Glória. Desde a estreia, em 2007, interrompeu as temporadas apenas para se dedicar a papéis na TV, o que ocorrerá novamente em breve: ela estará no elenco de Totalmente Demais, próxima novela das sete da Globo.
Ensina-me a Viver é uma adaptação do filme americano de 1971 dirigido por Hal Ashby que ganhou o mesmo título no Brasil. Na versão para o palco, o ator Arlindo Lopes vive Harold, um jovem que não conheceu o pai e tampouco tem afeto da mãe. Com pensamentos fixos na morte, ele conhece Maude (interpretada por Glória), senhora quase octogenária que é seu antípoda: radiante e apaixonada pela vida, ela ensinará para o jovem uma lição. O espetáculo dirigido por João Falcão já foi visto por mais de meio milhão de espectadores em 26 cidades brasileiras, segundo a produção.
ENTREVISTA: GLÓRIA MENEZES
A senhora completou 80 anos de idade (fará 81 anos no dia 19) e 55 de carreira. Como lida com a passagem do tempo?
Envelhecer? Não tenho a menor ideia. Quem notou (a passagem do tempo) que me fale, porque não sei. Tenho 80 anos, mas me sinto como se tivesse 40. Faço todas as coisas, me exercito, vou à academia. Não tem problema. Aconselho (as pessoas) a não pensar nos anos. Vivo cada dia, cada hora. O dia seguinte é outro dia.
Por que escolheu comemorar estas datas com a peça Ensina-me a Viver?
Não escolhi. Simplesmente não parei, estou há oito anos com essa peça. Paro para fazer alguma coisa na TV e depois volto. Em outubro, vou interromper porque devo começar a fazer outra novela (Totalmente Demais, próxima novela das sete da Globo). Mas, quando chegar em maio, eu pego de novo o Ensina-me a Viver. Sempre pergunto (para a plateia) quem já viu. As pessoas veem três vezes e ainda voltam. Tem um casal que nos acompanha há um tempo, acho que eles já viram umas 30 vezes. Quando vamos para o interior, em alguma cidade próxima a São Paulo, eles vão atrás.
Na sua opinião, por que as pessoas retornam para ver outras vezes?
Acho que essa peça é uma soma de acertos. O texto (de Colin Higgins) é maravilhoso, a direção do João (Falcão) é esplendorosa. Ele não fez uma direção realista. Fez um espetáculo em que as pessoas ficam interessadíssimas. Não tem cenário, tem umas cadeirinhas de ferro, mas (a cenografia) é tão bem mostrada, a luz é tão bonita, o texto é tão bom, que isso é o verdadeiro teatro. O público imagina tudo na sua cabeça.
Também deve ser muito prazeroso para a senhora.
Sim. As pessoas dizem: "Deve ser cansativo fazer teatro porque é sempre a mesma coisa". Não é. O público dá o tom a cada sessão com a sua reação. Fico olhando do palco para a carinha das pessoas, e elas vão me motivando. É sempre uma surpresa. Por isso, o teatro é prazeroso.
Para uma pelotense, é sempre especial voltar a se apresentar no Rio Grande do Sul?
Claro. Nasci em Pelotas, sou gaúcha. Não me criei em Pelotas porque vim com nove anos para São Paulo, mas tenho familiares aí (no RS). A minha mãe e a minha avó me criaram à la gaúcha. A vovó contava como era na infância dela, a mãe também. O gaúcho tem orgulho da própria terra. Pela posição do Estado, que tem o mar de um lado e, de outro, fronteiras com países (do Prata), defendem muito essa terra. Teve muitas batalhas. O gaúcho tem esse prazer de dizer "Eu sou gaúcho" (risos).
O que pode adiantar sobre a novela Totalmente Demais?
Falei para o diretor (Luiz Henrique Rios): "Vou até o dia 11 (com a peça) e no dia 14 eu me apresento para você". Não quero misturar as coisas. Já misturei muito na minha vida, fazendo TV junto com teatro. Agora, tenho 80 anos e direito de terminar um e começar outro. Reginaldo Faria vai interpretar meu marido. Ele é muito querido. É a primeira vez que faço par com ele.
Quais foram os trabalhos mais marcantes na carreira?
Cada trabalho é o mais importante porque é um desafio. Mas, para dizer a verdade, a Janete Clair foi uma pessoa muito marcante na minha carreira e na de muitos atores. Em Irmãos Coragem, eu fazia três personagens.
ENSINA-ME A VIVER
Estreia nesta quinta (1º/10). Quintas e sextas, às 21h; sábados, às 20h; e domingos, às 18h. Temporada até 11 de outubro.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), fone (51) 3227-5100, em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 50 (galerias), R$ 80 (camarotes laterais), R$ 100 (camarotes centrais) e R$ 120 (plateia e cadeiras extras).
Desconto de 50% para sócio do Clube do Assinante e acompanhante.
Ponto de venda sem taxa: bilheteria do teatro, de segundas a sextas, das 13h até o início do espetáculo do dia ou até as 18h30min quando não há espetáculo), e aos sábados e domingos, das 15h até o início do espetáculo). Venda com taxa pelo site compreingressos.com.
Oito anos em cartaz
Glória Menezes volta a Porto Alegre com a peça "Ensina-me a Viver"
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Fábio Prikladnicki
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