Quase sempre o que me leva a um livro é seu autor. Mas não só. Gosto de ficar flanando pelas livrarias, folheando livros desconhecidos, dos quais não tenho referências. Esses dias, um título, Toda Luz que Não Podemos Ver, capturou minha atenção. A capa e a gramatura da edição brasileira me encantaram. O enredo sobre dois adolescentes, uma cega francesa e um órfão alemão, ambientado na II Guerra Mundial, esfriou meu entusiasmo. Vencida a ideia de que seria meloso, comprei o dito-cujo e me atraquei na leitura. Os capítulos curtos, vim a saber depois, se devem às responsabilidades paternas de Anthony Doerr, que o escreveu cuidando dos dois filhos pequenos. O romance acaba de ganhar o prêmio Pulitzer de ficção e deve ser lido. Literatura de primeira.
De primeira também é o show que Muni está preparando para comemorar, em setembro, dentro do Porto Alegre Em Cena, as três primeiras décadas de sua carreira. Junto com Adriana Calcanhotto, ela é a minha cantora gaúcha preferida. Uma das maiores do Brasil. Se você nunca a ouviu, prepare seu coração. De título quilométrico, retirado de uma canção de Macalé, Meu Amor me Agarra & Geme & Treme & Chora & Mata, dirigido por Luciana Éboli, o show da Muni promete. Para marcar na agenda.
A agenda de Caetano Veloso o levará a cantar em Israel no final deste mês. Movimentos pró-palestinos e músicos mundialmente conhecidos, como Roger Waters, pediram ao baiano que cancelasse o show. Li a carta em que explica suas razões para não o fazer. Sem confundir povo e governo, segundo ele, de nada adiantaria cancelar um show em revide à "política de direita arrogante" de Netanyahu e que é preciso separar as ações do governo do pensamento e das atitudes dos israelenses. Enquanto isso, comprei o DVD de Inch'Allah, produção franco-canadense que trata dessa situação de confronto, o mais belo filme a que assisti nos últimos tempos. Não sou judeu. Não sou palestino. Sou um brasileiro totalmente a favor de que Israel e Palestina sejam, ambos, Estados soberanos.