No dia em que a exumação do ex-presidente João Goulart acontecia, o jornalista Juremir Machado da Silva lançava seu livro, Jango: a vida e morte no exílio, na 59ª Feira do Livro de Porto Alegre. Com a sala lotada, o escritor falou de suas pesquisas sobre a morte do governante. O neto de Jango, Christopher Goulart, também estava convidado para o debate, mas não pôde estar presente no bate-papo em virtude de uma viagem.
Juremir contou que o livro gira em torno de três questões principais: o papel dos Estados Unidos no Golpe de 1964, o papel da mídia no mesmo evento e se Jango foi ou não assassinado.
- Uma série de revelações póstumas surgiram, assim com investigações. Aqui no Rio Grande do Sul também havia uma subcomissão de divulgação - disse o autor.
Questionado sobre os resultados da exumação, Juremir afirmou não ter receios:
- O fato de eu ser uma admirador do jango, não me leva a crer que ele foi assassinado. Podemos estar diante de uma série de coincidências ou de uma série de crimes. Mas tudo o que temos são apenas indícios. Tem o caso de Mario Neira Barreto, que se diz "reu confesso", tendo participado de operação para matar Jango. Isso é uma confissão, e não uma prova. Não me sinto dono da verdade, com os dados disponíveis cheguei a essa conclusão, mas a exumação pode levar a outro resultado.