O Mundo Canta Raça Negra pode soar pretensioso para batizar a turnê de um grupo de pagode, gênero tipicamente brasileiro. Mas não é exagerado quando se trata do Raça Negra, que completa 40 anos como um dos maiores conjuntos da música popular do país e autor de um refrão que caiu na boca do povo. O "didididiê" irá ecoar pelo Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, a partir das 21h30min deste sábado (23). Os ingressos estão à venda a partir de R$ 260 (inteiro) ou R$ 140 (solidário, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível) pela plataforma Sympla. Sócios do Clube do Assinante e acompanhante têm 50% de desconto.
Quando o Raça Negra surgiu, em 1983, o samba ainda era considerado música de periferia. Comandado pelo cantor Luiz Carlos, o grupo paulista ajudou a popularizar o balanço macio e faceiro do pagode, ainda mais por ter investido em canções românticas acompanhadas de um naipe de sopros, o que não era habitual.
— Lá atrás, na década de 1980, a banda surgiu com uma proposta diferente. O samba romântico chegou com elementos de sopro e foi ganhando o coração do público. Lembro de Caroline, sucesso que foi inspiração para o nome de muitos bebês — conta Luiz Carlos, em entrevista a GZH.
Em quatro décadas na estrada, o Raça Negra pode se gabar de ter entrado para o Guinness Book, o livro dos recordes, com É Tarde Demais, a música mais tocada em um único dia no mundo: em 20 de julho de 1995, a canção em que o eu-lírico diz que é uma pena que seu amor tenha sido jogado fora foi executada mais de 600 vezes. Já o "didididiê" de Cheia de Manias ultrapassou a marca de 100 milhões de plays no Spotify, o que prova que a glória da banda não ficou no passado.
Ainda que o Raça Negra queira apresentar alguma música nova nos shows, o público quer mesmo as canções mais antigas. Em Porto Alegre, está confirmado um repertório repleto de clássicos, incluindo Deus me Livre, Quando te Encontrei, Cigana, além dos já citados É Tarde Demais e Cheia de Manias, entre outros.
— É o que o povo pede. Chega a ser engraçado que, quando tem música nova, pergunto se posso cantar e eles quase falam que não, tudo porque querem as antigas — confirma o cantor.
A turnê celebrando os 40 anos do grupo culminará em um espetáculo em um navio entre 9 e 12 de novembro. O Cheio de Manias em Alto Mar dará uma experiência de 72 horas a bordo com o Raça Negra e com os cantores Belo, Alexandre Pires, Leonardo e o grupo Menos É Mais. Outras informações podem ser conferidas no site cheiademaniasemaltomar.com.br.