A música erudita do Rio Grande do Sul e do Brasil perdeu na tarde quinta-feira (4) a harpista Norma Holtzer Rodrigues. Titular da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) por muitos anos, ela foi uma das precursoras do instrumento no Brasil. Norma tinha 81 anos e faleceu no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. A causa não foi informada.
Nascida em porto Alegre, em 21 de agosto de 1940, Norma começou seus estudos ainda em casa, onde contou com os ensinamentos da mãe, que era violinista da Ospa, tendo como seu primeiro instrumento o piano. Sua formação seguiu no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), época em que, mesmo estudante, já se apresentava como solista em concertos da orquestra.
Por sugestão do maestro da Ospa Pablo Komlós, começou a se dedicar à harpa, estudando com a professora Amália Maresca, em Montevidéo, no Uruguai. Após, seguiu sua formação na Europa, onde passou pela Escola Superior de Música de Munique e integrou as orquestras da Rádio da Baviera e de Mozarteum, de Salzburgo.
— A professora Norma foi uma das precursoras da harpa no Brasil. Uma das poucas harpistas que tiveram a oportunidade de estudar fora, numa época em que isso era muito difícil. Ela tocou em todas as grandes orquestras do Brasil, acho que não tem uma grande orquestra do Brasil que a Norma não tenha se apresentado — destaca o maestro e diretor artístico da Ospa, Evandro Matté.
No Brasil, além da Ospa, Norma foi primeira harpa da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Manteve intensa atividade como solista e camerista, além de ter integrado o quadro docente do Festival de Inverno de Campos de Jordão, em São Paulo. Mesmo após a sua aposentadoria, retornava com frequência para participar dos concertos da Ospa.
A música de câmara, que consiste em apresentações de música erudita executada por um pequeno grupo de artistas, também foi uma das paixões de Norma.
— Ela também tinha um trabalho muito dedicado à música de câmara. Ela gostava muito e ela defendia muito a harpa como um instrumento que tem um repertório imenso de música de câmara e ela sempre procurava fazer a divulgação deste instrumento fazendo concertos — aponta Matté.