Da excitação até a mais profunda dor de cotovelo, uma roda-gigante de emoções vai girar pela Capital neste sábado (9). Luísa Sonza traz a Porto Alegre um show com altas doses de libido e de sofrência.
A gaúcha de Tuparendi volta ao Estado para apresentação na festa Can You Say #VOAB4, promovida pela Business For Fun em parceria com o Bloco das Gaúchas, na Casa NTX, a partir das 17h. O rolê ainda contará com shows do grupo de pagode Chocolate e do DJ Ariel B.
E cantar para os conterrâneos, seja para fazer chorar ou rebolar como se não houvesse amanhã — missões que seu último álbum, Doce 22, cumpre com facilidade —, é especial para a cantora que conquistou o Brasil. Faz Luísa lembrar de quando era só mesmo uma guria do interior do Rio Grande do Sul.
— É um mix de emoção e nostalgia, afinal foi aqui que eu dei início a minha carreira, foi aqui que esse sonho de ser uma cantora nasceu. E voltar aqui depois de tudo o que já passei e já alcancei é uma sensação muito gratificante, sabe? Saber que muitos dos sonhos que a Luísa do passado, que morava aqui, tinha, já consegui realizar. Ou pelo menos estou no caminho de fazer acontecer — reflete a artista.
O público responde à altura. Tanto que, para o show deste sábado, os ingressos se esgotaram em horas, mesmo com pouca divulgação. Quem conseguiu garantir o seu vai poder curtir hits como a bombada SentaDONA, com Davi Kneip, Dj Gabriel do Borel e MC Frog, e Café da Manhã, com Ludmilla; as sensíveis Penhasco e Melhor Sozinha e as clássicas Braba e Toma, com Mc Zaac.
Esse repertório plural é reflexo dos vários momentos pelos quais Luísa passou nos últimos anos, incluindo a tão sonhada ascensão da carreira, mas também um sem-fim de ataques machistas. Em entrevista a GZH, ela fala sobre o show e sobre como tem lidado com essas questões. Confira:
Nos últimos tempos, você foi vítima de incontáveis ataques. Passou por um período difícil e nunca escondeu isso. Como tem lidado atualmente?
Sinto que finalmente o meu trabalho como artista está sendo mais valorizado do que a minha vida pessoal. O processo de composição do Doce 22 me ajudou a superar e a processar muitas coisas, além, é claro, do apoio dos meus amigos e familiares, que sempre estão comigo. Tudo isso me ajudou a lidar com tudo, com certeza.
Subir ao palco e encontrar o teu público torna essas situações mais "suportáveis"?
Sim, claro! Sempre falo que no fundo todo mundo quer ser amado. Muitas vezes, o amor do público é o que nos dá combustível para continuar nessa indústria.
Teu último álbum, Doce 22, é o trabalho mais "livro aberto" da tua carreira, no qual falas de coisas bem particulares. Como foi o processo de remexer nessas questões para transformá-las no disco?
O processo de criação e composição do Doce 22 foi feito em um momento muito difícil. Esse álbum é quase um diário da minha vida naquele momento. Usei as letras como forma de desabafo daquilo que estava sentindo e passando, o que é claro, não foi nada fácil, mas me ajudou muito. Porque a partir disso, consegui processar e finalmente me expressar para o público de maneira totalmente genuína.
Você também está em um momento mais sensual, com músicas que falam bastante sobre sexo, que botam o público para rebolar, sem medo dos tabus. O que representa trazer essas temáticas nas tuas músicas?
É uma forma de falar que posso cantar sobre o que quiser, sobre o que estiver sentindo. A gente vive em uma sociedade totalmente machista, que repreende a mulher por falar sobre sexo e prazer. Porque muitos artistas homens falam sobre isso explicitamente em suas músicas, mas esse assunto só vira pauta ou algo "polêmico" quando uma mulher faz. Então sim, é para quebrar tabu… é para deixar claro que posso cantar e fazer músicas sobre o que tiver vontade.
Você chegou a recomendar que o público aproveite a "Era Piranha" porque o novo álbum vai ser "ladeira abaixo". O que podes adiantar sobre ele?
Que ele vai ser tocante e inovador de muitas formas. Tenho muitas ideias e conceitos para pôr para fora, então aguardem!
Tens também experimentado outras facetas artísticas, como apresentadora. É algo que veio para ficar?
Não sei, é a segunda vez que aceitei esse desafio. Mas em Queen Stars (reality que apresenta na HBO Max), confesso que topei principalmente por conta da Pabllo (Vittar, que divide com Luísa o comando da atração). Ela é muito minha amiga e sabia que seria uma experiência muito divertida. Não sei se vão ter outras oportunidades no futuro, mas estou sempre disposta a tentar coisas novas.
O que o público pode esperar do show neste sábado?
Podem esperar tudo! Muita performance, muita voz, muita coreografia no chão... Esse show faz parte da minha turnê do Doce 22, então os fãs podem esperar sentir um mix de emoção durante toda a experiência.