A rainha da sofrência pop volta a Porto Alegre para disparar mais gatilhos nos desiludidos. Ou, então, promover uma festa e colocar a galera para dançar. De um jeito ou de outro, Duda Beat se apresenta neste sábado (12), no Opinião, a partir das 23h.
A cantora pernambucana traz à Capital o show da turnê do disco Te Amo Lá Fora, lançado em 2021, que inclui faixas como Meu Pisêro e Nem Um Pouquinho. Também não vão faltar músicas do primeiro álbum, Sinto Muito (2018), como Bixinho e Bolo de Rolo. Segundo Duda, no primeiro álbum, ela estava saindo da fase de relacionamentos tóxicos, o que se reflete nas letras. Já em Te Amo Lá Fora, ela tem um distanciamento maior desses namoros, consolidando-se como uma mulher forte e madura, que não morre mais de amor, mas trazendo também uma estética mais sombria.
Aos 34 anos, a cantora costuma realizar um caldeirão de ritmos: tecnobrega, synth pop, pagodão baiano, trap, piseiro, reggae, entre outros. Sua sonoridade é sempre pop, com letras que muitas vezes relatam desamores que ela vivenciou.
Seu single mais recente é Dar Uma Deitchada, que traz o diálogo entre duas amigas: uma que está toda arrumada e quer sair e a outra que só quer ficar deitada, em casa. Duda define a canção como uma "brincadeira de verão", que traz suas versões "gostosa" e "cansada". O clipe da música está previsto para ser lançado na tarde deste sábado.
Em abril, Duda embarca para sua segunda turnê na Europa, visitando Berlim, Paris, Londres, Dublin, Lisboa, Porto, Madri e Barcelona. Ainda está por vir uma parceria com Pabllo Vittar.
Em entrevista a GZH, Duda falou sobre o show, sua relação com Porto Alegre e seus projetos.
Seus shows em Porto Alegre costumam bombar. Teve sua apresentação no Agulha, com direito a data extra, em 2019. Depois você teve um incursão no Opinião com ingressos esgotados. Que boas recordações você tem dessas suas vindas a Porto Alegre?
Eu que tenho um carinho muito especial por vocês. Desse show no Agulha, tenho recordações até hoje do carinho que recebi. Lembro que comi um pudim no Agulha que nunca vou esquecer. Tenho ótimas recordações de comida boa e afeto. É uma alegria cantar no Sul. Estou animada demais com esse show. Podem esperar muita dança, Sinto Muito, Te Amo Lá Fora, alguns singles, banda pegando fogo. Vai ser tudo.
Agora você vem com a turnê do disco Te Amo Lá Fora. De que maneira você evoluiu do Sinto Muito para Te Amo Lá Fora?
Os discos que lancei sempre tiveram narrativas. Por exemplo, no primeiro, estou muito apaixonada e iludida. No segundo, venho mais empoderada, desiludida e debochada. Tem esse tempero de deboche que acho genial. Vocalmente, a gente também sente essa diferença, pois quanto mais a gente canta, mais nosso músculo se aperfeiçoa. Arranjo e melodia são diferentes também. Te Amo Lá Fora traz a realidade, sinto que ele é mais desiludido. Se em Sinto Muito eu morria, no Te Amo Lá Fora eu não morro mais.
Em fevereiro, você lançou o single Dar uma Deitchada, que traz um diálogo entre duas amigas. Como foi a construção desse single e da narrativa que a música traz?
A construção da narrativa foi da observação minha em cima das minhas amigas e até de mim mesma, de estarmos sempre muito cansadas. A pandemia nos deixou muito exaustas mentalmente e, ao mesmo tempo, todo mundo se sentindo gostosas (risos). E ela também vem com o ato de empoderar, pois recebemos convite daquele contatinho pra sair, nos olhamos no espelho e pensamos: que contatinho que nada, tô é gostosa, cansada e admitindo isso pra mim mesma. Não preciso sair com ninguém. A gente se basta.
Como foi a gravação do clipe de Dar uma Deitchada?
Foi o clipe que gravei mais rápido na minha vida, acho (risos). Foi uma diária. Está lindo, colorido e mostra uma versatilidade minha. Me leva à televisão brasileira dos anos 1990. É um clipe que gravei com amigos, então está massa demais.
Você costuma ser chamada de rainha da sofrência pop. Nas redes sociais, é possível observar muita identificação do público com as suas músicas. Alguns brincam que suas faixas provocam "gatilhos". Queria que você comentasse sobre o retorno que você costuma receber dos fãs sobre suas letras. Por que você acha que há tanta identificação com as suas canções? Que tipo de feedback os fãs já deram sobre suas músicas?
Eu tenho muito feedback. Os mais maravilhosos são os de superação, de pessoas que me contam que superam o término de um relacionamento ou de um casamento acabado. A arte precisa transformar a vida do ouvinte. Quando a musica é transformadora, ela é arte. A identificação acontece porque todo mundo já sofreu por amor, todo mundo já não foi correspondido, então entra neste lugar de lembrança e sentimento.
Quais são seus planos para o restante do ano? Além da turnê internacional, não tem também uma parceria com Pabllo Vittar engatilhada?
Estou muito animada com a turnê na Europa agora em abril. Já fui pra lá e eles me abraçam sempre. Tem clipes de Te Amo Lá Fora ainda pra sair, então tem muitas coisas previstas. Vou focar na divulgação do meu último disco, pois foi lançado em meio à pandemia, então estou ansiosa para apresentar ele de verdade para o público. Tenho essa parceria musical com a Pabllo, a música já está composta e ainda não sabemos a data de lançamento. É uma faixa muito animada, muito a nossa cara. Acho que nosso público vai adorar.
DUDA BEAT
- Sábado, a partir das 23h, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834)
- Classificação: 18 anos
- Ingressos: a partir de R$ 90. Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante.
- Ponto de venda sem taxa de conveniência (somente em dinheiro): Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611), das 10h às 22h.
- Ponto de venda com taxa: Loja Verse Centro (Rua dos Andradas, Galeria Chaves, 1.444) e pelo site sympla.com.br/opiniao.