O avião em que estava Marília Mendonça e outras quatro pessoas que morreram após acidente no interior de Minas Gerais era alvo de denúncias por supostas irregularidades. O Ministério Público Federal em Goiás enviou em junho uma notícia de fato — que é como um procedimento administrativo — questionando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre a omissão do órgão em fiscalizar a empresa PEC Táxi Aéreo, proprietária da aeronave.
Conforme documento ao qual a rede CNN teve acesso, a companhia estaria desrespeitando a jornada de trabalho e a regulamentação de descanso dos pilotos e da tripulação. Além disso, a PEC Táxi Aéreo estaria operando com equipamentos de segurança em desacordo com as normas exigidas e ainda teria obtido vantagens por meios ilícitos em licitações em Rondônia e Roraima.
O avião que caiu em Caratinga, provocando a morte de Marília Mendonça e demais ocupantes, estaria com problemas no para-brisas, o que resulta em prejuízo na visibilidade para pousos e decolagens.
O documento foi assinado pelo procurador da República Marcello Santiago Wolff e enviado em 14 de junho à Anac. O MPF deu prazo de 20 dias para o órgão responder.
A pesquisa pelo prefixo da aeronave, PTONJ, feito em ferramenta de acesso público da Anac, dá conta de que o avião estava em situação normal de aeronavegabilidade (condição de voo) e tinha permissão para operar.
Contatados, a Anac, o MPF e a PEC Táxi Aéreo não responderam.