Correção: a cantora Marília Mendonça morreu após a queda de um avião no interior de Minas Gerais nesta sexta-feira (5). Inicialmente, a assessoria de imprensa da artista informou que todos os ocupantes da aeronave haviam sido resgatados com vida. O texto foi corrigido.
A cantora Marília Mendonça, 26 anos, morreu nesta sexta-feira (5) após queda de um avião no interior de Minas Gerais. Outras quatro pessoas que também estavam na aeronave morreram: o produtor de Marília Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copilto do avião Tarciso Pessoa Viana. A queda ocorreu perto de uma cachoeira na região da serra de Caratinga, no interior do Estado, por volta das 15h.
A assessoria de imprensa da cantora confirmou que o velório ocorrerá neste sábado (6), no ginásio Goiânia Arena, ao lado do Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO), e deve ter início por volta das 8h, a depender da liberação do corpo. O local foi oferecido pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que decretou três dias de luto oficial no Estado. Marília deixa o filho Leo Dias Mendonça Huff, de quase dois anos.
A cantora saiu de Goiânia, em Goiás, para se apresentar em Caratinga, quando o avião em que viajava com a equipe caiu. Nas imagens do acidente, a aeronave aparece sobre as pedras de um riacho. Segundo a Polícia Civil, o bimotor tentou fazer um pouso forçado.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse que aeronave atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa antes do acidente. As informações confirmam relatos de pilotos que sobrevoaram a região e de testemunhas de que o avião "rasgou" os fios de alta tensão ligados a uma torre próxima ao local.
Órgãos aéreos da região já haviam recebido informações de outros pilotos, em agosto e setembro, de que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. Os relatos são denominados Notificação Aeronáutica (Notam) e indicam dados sobre riscos, servindo para alertar outros pilotos sobre os perigos para operar no local.
Além disso, uma testemunha, que também é piloto, relatou às autoridades que, após colidir contra os fios, o avião teria perdido um dos dois motores, perdendo sustentação com a colisão (estolado).
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), divulgou nota informando que investigará o acidente. De acordo com o órgão, na ação, o grupo identifica indícios, fotografa cenas, retira partes da aeronave para análise, ouve relatos de testemunhas, reúne documentos, com o objetivo de prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. Não há tempo previsto para a atividade ocorrer, e o Cenipa afirma que a conclusão das investigações terá "o menor prazo possível".
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave era um PEC Táxi Aéreo, modelo C90A e fabricada em 1984. Sua situação de aeronavegabilidade (condições para voo) é "normal" e o certificado foi emitido ainda em agosto do ano passado.
O caso mobilizou a atuação de policiais militares, bombeiros e profissionais do Samu, que se deslocaram ao local da queda.
Antes de embarcar, a cantora compartilhou em suas redes sociais um vídeo em que a aeronave aparece:
Ícone do feminejo
Nascida em 22 de julho de 1995, no município de Cristianópolis, no interior de Goiás, Marília Mendonça era cantora, compositora e instrumentista — teve seu primeiro contato com a música aos 12 anos, quando frequentava a igreja. Embora o talento já fosse observado pela família desde a infância, o pontapé inicial da carreira ocorreu somente aos 19, quando surgiu uma oportunidade de viajar para São Paulo.
Antes de ingressar em sua jornada pelos palcos, Marília teve suas composições interpretadas por medalhões da música sertaneja como as duplas Jorge & Matheus, Henrique & Juliano, João Neto & Frederico e Matheus & Kauan. Além disso, ela também compôs para nomes conhecidos da música popular como o cantor Cristiano Araújo, que faleceu em 2015, em um acidente de carro.
Marília estourou nas paradas de sucesso de todo o país em 2015, quando tinha apenas 20 anos, tornando-se um fenômeno da música sertaneja brasileira, após o lançamento de seu EP Homônimo. O hit Infiel chegou ao segundo lugar do Top 100 de músicas mais tocadas do Brasil, recebendo o certificado de diamante triplo e a cantora angariou o título de "rainha da sofrência".
Com os quatro álbuns lançados — Marília Mendonça: Ao Vivo (2016); Realidade (2017); Todos os Cantos (2019); e Nosso Amor Envelheceu (2021)—, a cantora somou mais de 20 prêmios pelos seus trabalhos, entre os quais estão três Troféus Imprensa e quatro Prêmios Multishow de Música Brasileira.