Há exatos 10 anos, morria precocemente Amy Winehouse. Com uma carreira tão curta quanto bem-sucedida, a icônica artista se despediu do público com apenas 27 anos, depois de inúmeras polêmicas e somente dois discos de estúdio. Foi mais do que o suficiente, no entanto, para colocar seu nome para sempre na história da música.
A seguir, relembre a carreira da cantora, marcada por altos e baixos.
2003: Frank
Amy Winehouse faz sua estreia profissional cedo, aos 19 anos, com o aclamado Frank. Disco de Platina no Reino Unido, o álbum chama atenção de críticos musicais que reconhecem ali o talento e potencial de Amy para se tornar uma grande estrela. Sua voz e estilo geram comparações com outras figuras míticas na música, como Nina Simone e Billie Holiday.
No ano seguinte ao lançamento, a obra conquista o prêmio de Melhor Canção Contemporânea pela faixa Stronger Than Me, no Ivor Novello Awards, promovido pela Academia Britânica de compositores.
2003 -2011: Fielder-Civil
A conturbada relação de Amy com Blake Fielder-Civil, que tem início em 2003, acompanha toda a carreira musical da cantora. Entre idas e vindas, o relacionamento é repleto de agressões, abuso de drogas e declarações de amor — o produtor afirma, por exemplo, ter sido o responsável por introduzir a artista a drogas pesadas. Eles se casam em 2007 e se divorciam em 2009, mas Amy segue em contato com Blake até sua morte.
2006: Back to Black
Em meio à problemática relação com Fielder-Civil, Amy lança um álbum centrado no controverso relacionamento e sua relação com o vício. Em poucos meses, Back to Black ganha o mundo com milhões de cópias vendidas.
Nos Estados Unidos, o sucesso garante a entrada de Amy na Billboard em sétima posição, o melhor desempenho de uma cantora britânica em terras norte-americanas até ali. No Reino Unido, o disco chega ao número 1 de vendas. Ao final de 2007, a revista Time elege Rehab uma das 10 melhores canções do ano.
2008-2011: Reabilitação
Enquanto a britânica explode nas rádios com uma canção em que nega, repetidas vezes, que irá para reabilitação, em sua vida pessoal a história é outra. Graças a uma cobertura agressiva da mídia, que documenta de perto os pontos mais baixos da vida de Amy, logo fica claro que seu problema com abusos de substâncias é sério.
Junto às fotos de paparazzi em que aparece utilizando drogas, a cantora passa a perder shows e cancelar eventos de última hora. No início de 2008, ela é internada em uma clínica de reabilitação pela primeira vez e precisa ser levada ao hospital dias depois, pelos efeitos da abstinência.
Ao longo dos anos seguintes, Amy é internada inúmeras vezes, tentando superar seu vício, mas sem sucesso. A última vez em que sai de uma delas é em 2 de junho de 2011, apenas um mês e meio antes de sua morte.
2008: Grammy
Enquanto sua vida pessoal é manchete em tabloides, Amy alcança o auge de sua carreira em fevereiro de 2008. Mesmo sem conseguir entrar nos Estados Unidos, justamente devido às últimas polêmicas ao redor de seu nome, ela é a grande estrela da 50ª edição do Grammy — levando cinco troféus para casa, entre seis indicações.
Por Back in Black, Amy conquista o Grammy de Melhor Álbum Vocal Pop, além de Melhor Canção do Ano (Rehab), Gravação do Ano (Rehab), Melhor Performance Vocal Pop Feminina (Rehab) e Artista Revelação.
2009: Agressões
Em mais um escândalo pessoal, no início de 2009 Amy é acusada por agressão contra uma dançarina que afirma ter recebido um soco da artista quando pediu uma foto. Amy nega a acusação, justificando que apenas empurrou a fã, por se sentir ameaçada na situação. Sem provas de que a cantora de fato agrediu a outra mulher, ela é absolvida do caso.
No ano seguinte, contudo, após outra acusação — agora de ter agredido um gerente de teatro, durante uma apresentação de Natal — ela é condenada a dois anos de prisão em liberdade condicional, após se declarar culpada ao tribunal.
Na mesma época, ela aceita pagar uma multa de mais de US$ 500 por ter sido presa com maconha na Noruega, ainda em 2007, desistindo de levar o caso a julgamento.
2010: Álbum inacabado
Depois do divórcio com Fielder-Civil e um longo período de férias no Caribe, Amy anuncia um terceiro álbum, que nunca seria finalizado. Segundo notícias da época, as canções foram rejeitadas pela gravadora Island Records porque o repertório estava excessivamente concentrado na relação problemática dela com o ex-marido, além de se afastar da pegada soul de Back to Black.
2011: Últimos shows
Após mais uma passagem por uma clínica de reabilitação, Amy retorna aos palcos com uma pequena tour pelo Brasil. Nos primeiros meses de 2011, ela realiza shows em Recife, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro. As apresentações não impressionam a crítica, visto que Amy está longe de seu auge — no palco, ela esquece parte das canções e termina as performances precocemente.
Na sequência, a artista sofre uma recaída e precisa voltar para a reabilitação. Antes de completar o tratamento, no entanto, ela decide voltar aos palcos em uma turnê pela Europa, que logo se prova um fracasso.
Em 18 de junho de 2011, ela cancela toda a tour após um show frustrado em Belgrado, na Sérvia. A performance é um dos pontos mais baixos da carreira da cantora, que sobe ao palco aparentando embriaguez, esquece as letras de várias canções e, finalmente, desiste da performance, abandonando o público antes do final da apresentação.
2011: Despedida
A última aparição pública de Amy Winehouse é cerca de um mês mais tarde, em uma quarta-feira, dia 20 de julho: ela entra de surpresa no palco durante um show de sua protegida, a cantora Dionne Bromfield, de então 15 anos, em Londres. Segundo a imprensa britânica, ela aparentava estar bêbada e subiu no palco apenas para dançar e pedir ao público que comprasse o disco de Dionne, antes de deixar os holofotes.
No sábado seguinte, dia 23 de julho, Amy é encontrada morta na própria casa, aos 27 anos. Um ano e meio mais tarde, as autoridades concluem a investigação judicial sobre o caso, que confirma a morte como acidental, após consumo excessivo de álcool.