Poderia ser apenas mais um esquete de A Vida de Tina, quadro humorístico criado no Instagram pelas atrizes Júlia Burnier e Isabela Mariotto que satiriza uma ala "elitizada" da esquerda, mas não é: ao que tudo indica, Tina Turner, a cantora, enviou uma notificação extrajudicial para as brasileiras por trás da personagem.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, advogados que representam a roqueira no Brasil fizeram contato com as responsáveis pela personagem Tina solicitando que não registrem a marca "Tina" no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no ramo "música, musicais e serviços relacionados". Em janeiro, a dupla de atrizes brasileiras havia entrado com pedido de registro de A Vida de Tina no INPI, na especificação de "serviços de entretenimento".
No texto enviado, os representantes de Turner defendem que o nome "Tina" remete à cantora, o que pode induzir o público a erro. "O uso da marca 'Tina' na composição da marca 'A Vida de Tina' é suscetível de induzir o público em geral a erro, dúvida e confusão, sugerindo que a 'nova' marca 'A Vida de Tina' foi criada como forma de homenagear a famosa cantora americana Tina Turner e a sua trajetória no segmento do entretenimento", diz um trecho da notificação divulgado pela Folha de S.Paulo.
Segundo as criadoras da personagem brasileira, a notificação foi recebida com surpresa. Elas explicaram que registro da marca no INPI foi apenas uma forma de garantir a segurança jurídica de A Vida de Tina e não tem relação com a cantora.
— A primeira reação foi de surpresa, porque a gente jamais imaginou que poderíamos estar disputando alguma coisa com a Tina Turner, porque ela é uma artista de alcance internacional, uma mulher enorme perto da gente — contou Isabela Mariotto, que interpreta a Tina brasileira. — A gente ama a Tina Turner. A gente admira toda a trajetória dela e entende que o nosso trabalho não é conflitante com os interesses da Tina Turner — completou a atriz.
— A gente não está querendo disputar com a Tina Turner, não tem nem cabimento isso — disse Júlia Burnier, responsável pela dublagem da personagem "desconstruída". — E o nosso trabalho não tem a ver com a Tina Turner, a gente não faz referência à ela — garantiu.