Em 1971, iniciava-se em Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, a Califórnia da Canção Nativa, reunindo as mais diversas variações musicais nativistas. O evento acabou ganhando notoriedade com o passar do tempo e tornou-se um patrimônio cultural gaúcho. Agora, meio século depois do lançamento do festival, o governador Eduardo Leite (PSDB) sancionou uma lei que torna 2021 o Ano do Nativismo Gaúcho.
A proposta de autoria do deputado Frederico Antunes (PP) foi sancionada por Leite nesta quinta-feira (10), em cerimônia no Palácio Piratini, que reuniu personalidades, artistas e o deputado Luiz Marenco (PDT) como presidente da Assembleia Legislativa em exercício, em razão do tema. Durante o evento, que teve a música nativista gaúcha como trilha sonora, o chefe do Executivo do Estado reforçou a importância da Califórnia da Canção para a cultura local e para a formação de novos artistas, com milhares de participantes em cada edição.
— Infelizmente, os tempos atuais nos impedem de fazer uma mobilização de tantas pessoas, mas isso não nos faz deixar de celebrar, nestes 50 anos, a sobrevivência de um festival que nos traz orgulho de sermos gaúchos — enfatizou Leite.
Para o governador, a homenagem proposta pelo deputado Frederico Antunes colocará ainda mais em destaque a Califórnia da Canção Nativa e todo o trabalho realizado em prol do nativismo gaúcho.
— Este apreço que temos por sermos quem somos e de exibirmos para o Brasil essa nossa identidade cultural. E que bom que a gente pode celebrar 50 anos olhando para frente com expectativa de muitos anos para a Califórnia da Canção, de valorização para a nossa cultura e de novas façanhas para a nossa terra — completou.
Cantora e apresentadora do programa Galpão Crioulo, na RBS TV, Shana Müller participou do lançamento, que considerou um momento histórico para o Estado. Segundo a artista, a sanção da lei traz uma perspectiva de valorização cada vez maior da música e artistas locais, além de levar mais mulheres para o movimento.
— A Califórnia é um marco de um repertório sul-rio-grandense e regional brasileiro, que construímos no decorrer destes anos. Hoje, posso dizer que trabalho com música por causa de um movimento criado a partir da Califórnia, que gerou um mercado que sustenta muitas famílias no nosso Estado e é muito importante — afirmou Shana.
De acordo com a diretora de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio Grane do Sul, Mariana Abascal, a sanção desta lei ocasionará, em novembro, uma grande celebração, em parceria com o Theatro São Pedro. Serão três noites de espetáculos reunindo artistas consagrados da cena gaúcha e gerando um produto audiovisual dentro do projeto 50 Anos do Nativismo - Tempo e Movimento.
— Vamos ter uma grande movimentação artística no segundo semestre do ano, que será festivo, com espetáculos, história deste movimento e debates — completou Mariana.
