Vicky Cornell, viúva de Chris Cornell, entrou com um processo contra os integrantes do Soundgarden para estabelecer uma disputa sobre quanto vale a participação dela na banda, herdada do músico falecido em 2017. As informações são da revista Rolling Stone.
De acordo com documentos judiciais, a disputa começou após o Soundgarden receber uma oferta de uma terceira parte, ainda não identificada, que tentou comprar o catálogo de músicas gravadas do grupo. A proposta seria de US$ 16 milhões.
Conforme Vicky, no entanto, a banda ofereceu o "valor vilmente baixo de menos de US$ 300 mil" para comprar a parte de Chris Cornell. O valor exato seria US$ 270 mil.
O processo também afirma que o Soundgarden propôs a quantia por meio de uma "avaliação que é inconsistente com o padrão da indústria, é repleta de falhas metodológicas, desconta ativos valiosos de parceria e desconsidera que, quando um artista icônico do tamanho de Chris morre, o valor da banda aumenta".
Além disso, alega que o Soundgarden negou repetidamente o acesso de Vicky Cornell ao inventário e aos documentos financeiros que permitiriam avaliar adequadamente o valor da parceria com a banda. Por não ter tais informações disponíveis, ela negou a proposta e ofereceu US$ 12 milhões para comprar as participações coletivas de Kim Thayil, Matt Cameron e Ben Shepherd no grupo - ou US$ 4 milhões cada.
Um represente do Soundgarden afirmou que a oferta feita pelo grupo foi "calculada pelo respeitado especialista em avaliação da indústria musical Gary Cohen". "Desde então, os integrantes da banda continuaram tentando resolver todas as disputas com o patrimônio de Cornell e, em das várias tentativas de resolver isso, optaram por oferecer mais do que o valor calculado por Cohen. Essa disputa nunca foi sobre dinheiro para a banda. Este é o trabalho da vida e do legado deles".
Já o advogado de Vicky, Marty Singer, classificou como " absurda e hipócrita" a declaração da banda. Segundo ele, a viúva de Cornell chegou a aumentar para US$ 21 milhões a oferta pela compra das ações dos demais integrantes, mas a proposta também teria sido negada. "Não porque querem preservar o trabalho da vida deles, mas porque sabem que lucrarão ainda mais com a futura exploração da música escrita por Chris e do legado que ele criou (que tem enchido os bolsos deles por anos)", acusou ainda.
Devido às divergências sobre os valores, Vicky Cornell pediu a um juiz para determinar um preço de compra adequado com base no valor das gravações do Soundgarden e de outros ativos. O processo diz que uma "avaliação de boa-fé" levaria em conta projetos futuros, como possíveis turnês com um cantor substituto, shows de holograma, entre outras iniciativas que "podem produzir novos sucessos do Soundgarden".
Em 2019, Vicky já havia entrado com um processo contra a banda, ainda em curso. Na ocasião, ela pediu royalties e direitos de sete músicas da banda compostas por Cornell.