O desembargador Milton Fernandes de Souza aceitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do cantor Belo e mandou expedir, na madrugada desta quinta-feira (18), o alvará de soltura do cantor. O músico foi preso na quarta (17) por promover aglomeração durante a pandemia do coronavírus.
Na ação comandada pela Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro, os policiais também apreenderam duas pistolas, munição, dinheiro em espécie e um computador na residência de Belo, localizada na Barra da Tijuca. Além do cantor, dois sócios da produtora Série Gold foram detidos e há mais dois mandados de prisão expedidos — um deles para o chefe do tráfico da comunidade Parque União.
No sábado (13), durante o feriado de Carnaval, Belo promoveu um show em uma escola no Complexo da Maré, sem autorização dos órgãos competentes, causando aglomeração. De acordo com a polícia, eles violaram decreto municipal e contribuíram para a disseminação do coronavírus.
Ao ser preso, Belo disse que não sabia qual crime havia cometido.
- Até agora eu não entendi o que fiz para estar passando por essa situação. Quero saber qual crime cometi. Subi no palco e cantei. Se não posso cantar para o público, minha vida acabou - disse ele ao sair do local onde prestou depoimento, de acordo com o portal G1.
Ele também argumentou que o show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold e questionou o fato de outros eventos culturais em diferentes regiões do Rio não terem sido alvo de investigação. De acordo com o G1, a apresentação ocorreu em uma escola estadual, sem autorização das autoridades. A polícia investiga se houve invasão à instituição de ensino.
Belo e os demais investigados devem responder por quatro crimes: infração de medida sanitária, crime de epidemia, invasão de prédio público e associação criminosa.