Um dos fundadores do Pink Floyd, Roger Waters dividiu os fãs nesta segunda-feira (4) ao defender o regime autoritário de Nicolás Maduro, na Venezuela. Em suas redes sociais, o cantor classificou o país de uma "democracia verdadeira" e afirmou que os Estados Unidos estão tentando dar um golpe no local por causa de suas reservas de petróleo.
"Parem com o golpe de Trump na Venezuela", diz a imagem, clamando por uma manifestação popular. No Twitter oficial de Waters foi publicado "Um recado de Roger: isto é hoje! Parem com a última insanidade do governo norte-americano, deixem a Venezuela e seu povo em paz. Eles têm uma democracia real, parem de tentar destruí-la para que 1% possa tomar seu petróleo. EUA tirem suas mãos da Venezuela!".
Em resposta à publicação original, vários internautas utilizaram referências à obra de Waters e do Pink Floyd. "Não os ajude a colocar mais um tijolo na muralha da ditadura. Estamos lutando para ser livres. Estamos destruindo o muro", disse um usuário, citando o The Wall, uma das produções mais icônicas da banda. Outro ainda respondeu "Queria que você estivesse aqui", em referência a Wish You Were Here, outra canção famosa do Pink Floyd.
Alguns internautas, contudo, defenderam o posicionamento de Waters. "Melhor ficar em silêncio do que fazer uma guerra no Iraque e outra no Afeganistão, para negociar com o Talibã 18 anos depois", escreveu um usuário, em referência ao atual acordo que está sendo costurado pelo governo de Trump com o grupo, que já foi considerado pelos EUA como um movimento terrorista. "Obrigada Sr. Waters por sua dignidade. Nós precisamos da sua voz para dizer a verdade: eles querem apenas o petróleo", respondeu outro.
A crise na Venezuela tomou novas proporções desde 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se declarou presidente encarregado do país, definindo Maduro como um "usurpador" do poder, por ter sido reeleito em um processo questionável, com opositores presos ou fora do país.
Enquanto as forças armadas nacionais garantem a liderança de Maduro na Venezuela, no cenário internacional Guaidó já foi reconhecido por diversos países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos. Após um ultimato, vários países europeus também passaram a reconhecer o opositor e a realização de novas eleições, para que restaurar a normalidade democrática na região.