A trajetória de sucesso de Weslei Felix Ajarda na música começou a ser trilhada quando o jovem, nascido na periferia de Canoas, passou na seleção para a Escola de Música da Ospa, há cerca de seis anos. O ponto alto dessa caminhada foi quando Weslei, hoje com 20 anos, ganhou uma bolsa na Haute École de Musique de Genebra, na Suíça. Agora, após completar um ano de estudos no Exterior, o jovem foi presenteado com um novo contrabaixo. Em 2013, Weslei ganhou seu primeiro contrabaixo, doado por um jornalista gaúcho morador do Rio de Janeiro que sensibilizou-se com sua história.
O novo instrumento, de alto padrão para a música de concerto, foi encomendado por Alberto Bocini, professor na instituição suíça e um dos maiores contrabaixistas da atualidade, e feito à mão para o próprio Weslei pelo luthier Luca Pardini, renomado artesão italiano. Seu custo de fabricação é de 20 mil euros.
Pardini também se encantou com a trajetória do jovem gaúcho. O luthier se envolveu inteiramente no processo de fabricação. Além de conceder um desconto no valor, deu condições especiais para a compra — entrada e o restante do valor a ser pago ao longo da carreira de Weslei, sem prazo específico —e olhou com atenção para cada detalhe do instrumento: até a borrachinha que envolvia o dinheiro da entrada está fixada no braço do contrabaixo.
— Receber um instrumento tão bom, sentir na minha mão e saber que ele faz parte de mim é uma sensação muito especial. Ele ser meu e me acompanhar para o resto da vida só vai me ajudar a crescer e a evoluir ainda mais o meu nível técnico — comenta o músico.
O contrabaixista da Ospa Eder Kinappe, primeiro professor de Weslei, também teve uma participação fundamental no processo de aquisição do instrumento. Para que fosse possível arcar com o custo inicial, Kinappe uniu forças com doadores como o técnico Roger Machado, ex-jogador do Grêmio, que contribuiu consideravelmente para a realização do sonho do músico.
Desde que recebeu o seu contrabaixo, entregue em mãos pelo luthier em um encontro no dia 10 de janeiro em Genebra, Weslei afirma estar se surpreendendo a cada dia:
— Como é um instrumento novo, o som ainda está se moldando. Toda vez que toco são novas surpresas, novas cores que consigo extrair do contrabaixo.