Um dos cantores mais respeitados da nova geração, o pernambucano Johnny Hooker volta a Porto Alegre hoje para seu segundo show na cidade do disco Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito!. Depois de apresentar a obra – que rendeu ao artista trilhas de novela e prêmios – no Theatro São Pedro, agora Hooker leva o show à festa Borogodó, no Opinião.
– Achei maravilhoso tocar no São Pedro, é um teatro lindo, mas tenho certeza que também vai ser legal tocar em uma festa. A energia dos dois lugares é diferente, na festa as pessoas estão bebendo, dançando, o público já está mais molinho – brinca o cantor.
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Em sua segunda edição, a festa volta a trazer um artista com discurso e postura ligados a causas de gênero e sexualidade – o protagonista da estreia foi Jaloo, cantor paraense que, apesar de preferir não entrar em debates sobre a questão, adota visual andrógino e leva ao palco uma banda formada só por mulheres. Para Hooker (na tradução do inglês, literalmente "prostituta"), há um movimento crescente de artistas que se sentem à vontade para falar sobre o assunto e levar suas formas de expressão para cima do palco – algo que ele faz quase teatralmente.
– É um movimento geracional. Há muitos artistas gays, queer, trans, e isso tomou uma proporção quase pop. A música brasileira sempre foi embebedada de sexualidade, e acho lindo quando as pessoas falam "a sua música me contempla, eu me sinto representado quando você fala de amores". No palco, sou meio andrógino, me transformo quase em uma entidade, um deus do desejo, e acho muito legal que as pessoas abracem isso como parte da representatividade – afirma.
No show desta noite, Hooker revisitará o repertório de Eu Vou Fazer uma Macumba..., mas promete também apresentar materiais inéditos. Segundo ele, em meio à turnê houve tempo para compor algo do próximo disco, e pelo menos uma faixa já deve ser apresentada: Crise de Carência. Oito meses após estrear na capital gaúcha, o músico também diz que a turnê evoluiu, tanto no que diz respeito à performance quanto ao repertório – e admite que subirá ao palco já em clima de adeus.
– Lancei o disco com 27 anos, agora estou prestes a completar 30. É a fase que as pessoas chamam de retorno de Saturno, quando tudo o que você trabalhou começa a dar frutos. É um ponto de revelação. Acho que existe uma diferença grande entre o Johnny que gravou o disco e o de agora. Amadureci nesses dois anos de turnê. E o show foi mudando. Chegar ao estágio final é uma prova de resistência. É uma alegria ter percorrido o Brasil com essas músicas e também poder soltar este filho no mundo.
JOHNNY HOOKER
Quinta-feira, às 22h. Classificação: 18 anos.
Opinião (José do Patrocínio, 834).
Ingressos: R$ 50 (segundo lote) e R$ 60 (na hora), à venda nas lojas Youcom Bourbon Wallig (sem taxa) e Bourbon Ipiranga, Praia de Belas, BarraShoppingSul e Novo Hamburgo, lojas Mil Sons e pelo site blueticket.com.br (com taxa).