Phil Collins quer que você saiba que ele ainda está vivo. Com um bom humor inglês, o músico de 65 anos anunciou uma turnê europeia para 2017, seis anos depois de comunicar que se aposentaria dos palcos para cuidar dos filhos e da própria saúde. O nome da turnê: Not dead yet (ou "ainda não morri", em tradução livre).
– Eu pensava que iria me aposentar silenciosamente – disse Collins ao The Guardian. – Mas graças aos meus fãs, à minha família e ao apoio de alguns artistas extraordinários, redescobri minha paixão pela música e por me apresentar ao vivo. É hora de fazer tudo de novo e estou animado. Sinto que é o certo a fazer.
Por enquanto, a turnê inclui uma residência de cinco noites no londrino e tradicional Royal Albert Hall, duas apresentações em Colonia, na Alemanha, e duas em Paris, na França, a partir de junho do ano que vem. Não há previsão de uma vinda do ex-Genesis ao Brasil.
Um dos três músicos da história a vender mais de 100 milhões de discos na história, Collins anunciou que se aposentadoria em 2011. Com uma lesão na vértebra do pescoço, adquirida durante uma turnê de reunião com o Genesis, Collins decidiu dedicar seus últimos aos anos filhos, que se mudaram para Miami com a mãe, ex-esposa dele. O inglês mudou-se para a Flórida para ficar mais próximo das crianças e "ser o pai que nunca havia sido", como ele diz.
O filho de 15 anos de Collins, Nicholas, irá acompanhar o pai na bateria em algumas canções da turnê. O músico, por sua vez, não planeja tocar bateria, como antigamente, nos novos shows.
– Não acho que serei capaz de tocar como fazia – ele explica. – Algo aconteceu em uma noite da última turnê com o Genesis e depois daquele ponto eu nunca mais voltei. Tentei baquetas mais pesadas, usar chimbaus maiores, mas simplesmente não conseguia ter força. É um mistério o que aconteceu comigo, mas tenho 65 anos e tenho tocado desde os 5 anos de idade.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em setembro de 2015, Collins dava indícios de que queria voltar aos palcos. Na época, ele relançava dois discos solo, Face Value (de 1981) e Both Sides (1993), remasterizados e com canções que sobraram das sessões em estúdio.
Citado como influência por músicos contemporâneos, que vão do pop (como Pharrell Williams, Kanye West, Alicia Keys e Beyoncé) ao indie (caso de The 1975, Neon Indian e Yeasayer), Collins dizia estar animado para voltar à música.
– Com todas essas pessoas falando sobre meu trabalho, posso ser redescoberto por um novo público – disse. – Se isso acontecer, nada me impediria de voltar a tocar. Tenho recolhido baquetas de bateria espalhadas no chão deixadas pelo meu filho e percebi que estou mais firme.