A 69ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre começa o mês de novembro, nesta quarta-feira (1º), com movimentação discreta de público. As pessoas circulam pelos corredores, mas não chega a haver aglomerações em torno de bancas ou dos balaios com os saldos. Em alguns momentos, cai uma garoa fina no Centro Histórico.
Na terça (31), a Câmara Rio-grandense do Livro divulgou o balanço com a venda nos três primeiros dias do evento. O número deste ano já superou os 32 mil exemplares, o que equivale a 32% a mais na comparação com o mesmo período de 2022.
A auxiliar de enfermagem Rejane Lopes, 61 anos, estava acompanhada da filha Vitória Lopes, 27, na seção dedicada à literatura infantil da Praça da Alfândega.
— Tenho uma filha pequena e acho importante ela aprender a leitura — diz Vitória, que trabalha como técnica de enfermagem.
Questionada se percebe o aumento no interesse do público por livros, ela comenta que sim. Porém, não atribui esse fato a algo específico.
— Acredito que as pessoas estão mais interessadas na leitura e na cultura — observa.
Ao percorrer os corredores da Feira, é possível ver muita gente comprando livros e carregando sacolas com alguns exemplares. Tem sido assim diariamente.
A professora Cecília Miranda Calvet, 64, costuma primeiro olhar as bancas e adquire alguma obra apenas em um segundo momento.
— Olho o título e se o preço está acessível. Hoje, vim para olhar. Pretendo comprar alguma coisa para mim — detalha, dizendo que prefere ler o livro físico, e não pelo celular.
Na banca do Beco dos Livros, os vendedores dizem que o primeiro domingo foi muito positivo para as vendas.
— Esperamos agora que o feriado e os dois próximos domingos também sejam bons — compartilha a atendente Catia Mendes, 49.
E a livreira tem uma opinião sobre o que pode estar alavancando as vendas na atual edição da Feira:
— Como trabalhamos com livros usados é bem mais barato para os leitores. E trocamos os saldos todos os dias.
A funcionária da Letras & Cia Jéssica Stein, 28, comenta que o domingo foi, de fato, um diferencial para os livreiros. E acredita que as vendas têm conexão ainda com o período da pandemia.
— Muito leitor nasceu da pandemia. As pessoas cansaram de ver Netflix e foram em busca dos livros — analisa.
Durante o evento deste ano, serão promovidas 650 sessões de autógrafos (sendo 46 coletivas e 604 individuais), além de 15 oficinas de literatura e escrita, 155 palestras na área geral e mais de 200 atividades na programação infantojuvenil.
O lema desta edição é "Quem lê, sabe o caminho" e o patrono é o escritor e cineasta Tabajara Ruas. A Feira do Livro, que funciona das 10h às 20h, segue aberta aos visitantes até o dia 15 de novembro.