A 10 dias da 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, a Câmara Rio-grandense do Livro (CRL), organizadora do encontro cultural, anunciou a abertura de um canal para empresas do setor privado apoiarem financeiramente a iniciativa via Lei Rouanet. As instituições que tiverem interesse podem entrar em contato pelo telefone (51) 3286-4517 antes, durante ou até mesmo após a realização do evento.
— Normalmente as empresas apoiam para ter visibilidade, então é bom que façam isso com alguma antecedência porque a gente consegue ajustar publicidade no material impresso, por exemplo — explica o presidente da CRL, Isatir Bottin Filho.
A instituição vem tentando uma forma de compensar a decisão da Câmara de Vereadores de não retomar o patrocínio do evento. A Câmara foi uma tradicional apoiadora da Feira do Livro por seis anos, mas há cerca de cinco anos suspendeu a participação por questões orçamentárias. Foi o presidente da Casa, Márcio Bins Ely (PDT), quem idealizou a volta da parceria, mas somente cinco vereadores demonstraram interesse em investir R$ 49.130,00 na realização.
Sem esse montante, bancas de livreiros podem ficar sem cobertura para a chuva — a qual usualmente atinge a Capital neste período do ano. Segundo Isatir, a rejeição do apoio da Câmara foi descoberta por meio da imprensa, que divulgou o caso.
— Pedimos uma resposta oficial e não foi dada até agora. Encaminhei até um ofício pedindo que se posicionem. Porque caso não revertam essa decisão, precisamos seguir em frente — afirma ele.
Em 2020, a Feira do Livro de Porto Alegre foi realizada de maneira totalmente digital. Neste ano, o tradicional evento volta à Praça da Alfândega em modelo híbrido, mesmo em meio a alguns empecilhos. Além do problema envolvendo a Câmara, o próprio governo federal demorou a aprovar o projeto pela Lei Rouanet — e, ao invés de ser homologado no início do ano, foi confirmado somente em junho. Com isso, a busca de recursos, que conta também com a Lei de Incentivo à Cultura (LIC), foi atrasada. Apesar disso, as expectativas ainda são altas.
— Estamos com muita esperança porque voltar com o evento para a praça é importante para todos os livreiros. Tivemos a feira online, mas não é tão significativa para o presencial. Acaba concorrendo com plataformas digitais, como a Amazon por exemplo. A venda presencial dá um respiro para toda a cadeia do livro, e o que movimenta isso é a Feira do Livro — resalta Isatir.
Marcada para estrear no dia 29 de outubro, a Feira do Livro irá ter bancas de livreiros, estandes de patrocinadores, Praça de Autógrafos e parte da programação presencialmente. Assim como no ano passado, o público também poderá acessar as lojas virtuais de 56 expositores.