Questões raciais e militância política, steampunk e o futuro distópico, contos que abraçam o fantástico e até astrofísica: os representantes do Rio Grande do Sul na fase final do Prêmio Jabuti 2020 apresentam todas essas opções aos seus leitores, conforme a lista de finalistas divulgada nesta quinta-feira (5). Divididos em categorias distintas, seis escritores gaúchos concorrem à premiação; confira mais sobre cada um deles a seguir.
Paulo Scott
Umas das grandes vozes da literatura brasileira contemporânea, Paulo Scott está concorrendo a melhor romance literário por Marrom e Amarelo (Alfaguara, 158 páginas). Quinto romance do escritor, a obra fala sobre racismo a partir das experiências de dois irmãos, que crescem juntos no bairro Partenon, de Porto Alegre. Apesar das similaridades, um deles tem pele retinta, o outro, um fenótipo mais claro.
Veronica Stigger
A escritora porto-alegrense Veronica Stigger foi indicada na categoria de conto por Sombrio Ermo Turvo (Todavia, 144 páginas), livro que reúne 24 textos divididos em quatro seções. Os contos, desenvolvidos em diferentes formatos, se aventuram por diversos cenários, da neve em uma cidade tropical até uma história sobre sangue, menstruação e morte.
Luís Dill
Luís Dill foi premiado com selo Cátedra Unesco de Leitura pelo livro Rabiscos (Positivo, 150 páginas), que ainda recebeu o Selo Altamente Recomendável FNLIJ 2020. Agora, a obra concorre à categoria de melhor livro juvenil do Jabuti. A história acompanha literalmente os rabiscos de um garoto pobre em uma caderneta que ganhou de sua mãe, enquanto está sentado na sala de espera de um hospital.
Nikelen Witter
Professora de História Contemporânea da Universidade Federal de Santa Maria, Nikelen Witter é uma das cinco indicadas à categoria de romance de entretenimento com Viajantes do Abismo (Avec Editora, 308 páginas). Uma aventura distópica mergulhada no steampunk, o título apresenta um futuro em que os desertos avançaram por todo o mundo, deixando o planeta à beira da destruição, a partir dos olhos de uma curandeira.
Alan Alves Brito e Neusa Teresinha Massoni
Alan Alves Brito é baiano, mas sua parceira na redação Neusa Teresinha Massoni é gaúcha. Professores do Instituto de Física da UFRGS, os dois são finalistas na categoria de ciências por Astrofísica para a educação básica: a origem dos elementos químicos no Universo (Appris Editora, 165 páginas). O livro faz uma "incursão no tempo, no espaço e na história da ciência" para explicar do que é composto o universo ao nosso redor.
Gustavo Cerbasi
Por fim, o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, natural de Caxias do Sul, foi indicado na categoria economia criativa pela obra A Riqueza da Vida Simples (Sextante, 176 páginas). No texto, ele incita os leitores a repensarem seus hábitos de consumo, defendendo uma espécie de minimalismo. Sua tese é a de que é possível evitar gastos inúteis, para investir o dinheiro em coisas "que importam".
O Prêmio
Os vencedores serão conhecidos em 26 de novembro, com transmissão pelas redes sociais da Câmara Brasileira do Livro. O melhor de cada categoria será premiado com R$ 5 mil e a estatueta do prêmio, enquanto o vencedor de Livro do Ano conquista R$ 100 mil.