O jornalista e escritor Rafael Guimaraens apresenta na tarde desta quarta-feira (13) na Praça da Alfândega as aventuras de um espião improvável. Em uma mesa, às 18h30min, na Sala O Retrato do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1.223), ele fala sobre seu novo livro, O Espião que Aprendeu a Ler, relato sobre a passagem por Porto Alegre daquele que viria a se tornar o maior embaixador da literatura brasileira na Alemanha: Hans Curt Meyer-Clason.
O Espião que Aprendeu a Ler, que Guimaraens autografa após a atividade, às 19h30min, na Praça, tem como protagonista um personagem real. Meyer-Clason (1910-2012) traduziu para o alemão, entre outros, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto e, sua maior façanha, a elogiada versão de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Mas o livro de Guimaraens passa ao largo dessa atividade literária, concentrando-se em um episódio menos conhecido e mais dramático da vida do tradutor: o período em que, como um jovem representante comercial, morou no Brasil durante a Segunda Guerra — inclusive em Porto Alegre, onde foi preso pela força-tarefa policial chefiada por Plínio Brasil Milano, acusado de integrar rede de espionagem para os nazistas.
— Em um primeiro momento, tive receio desse livro devido justamente ao tamanho que o personagem assumiu depois desses eventos. Como é um livro fruto de pesquisa, mas centrado no personagem, tudo o que escrevo precisa fazer sentido histórico e sentido com a psicologia do protagonista — conta Guimaraens.
Mesclando apuração jornalística, pesquisa histórica e recursos ficcionais, o autor faz da história uma nova visita ao seu universo particular: a Capital da primeira metade do século 20, na qual ambientou livros como A Enchente de 1941 e A Dama da Lagoa:
— Me interessa muito essa época. Entre os anos 1920 e 1940, Porto Alegre tem seu primeiro grande surto de expansão urbana. A partir de 1950, a cidade continuará crescendo, mas para outras áreas. O Centro vai perdendo importância.