O livro Lorde, do gaúcho João Gilberto Noll (1946-2017), foi indicado pelo The New York Times como uma das obras que melhor “leva o leitor a fundo na vida de escritor”. Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Romance em 2005, a história foi traduzida para o inglês por Edgar Garbelotto, em fevereiro deste ano.
Na trama, um escritor na faixa dos cinquenta anos viaja de Porto Alegre a Londres — assim como Noll fez, ao ser convidado a participar de uma conferência. Na sequência, entretanto, o personagem começa a perder a própria identidade e acaba vagando pela cidade britânica, encontrando novos papéis para si mesmo, de paciente de um hospital a professor de português. De acordo com o jornal norte-americano, a obra é "de um suspense e confiança notáveis", além de ser "obscurecida por reflexões sobre a morte e visões sobre a derrota".
Noll morreu aos 70 anos, em 28 de março de 2017, após ser vítima de um mal súbito. Considerado um dos principais nomes da literatura contemporânea brasileira, em mais de 30 anos de carreira ele publicou 18 livros, entre 13 romances, três livros de contos e duas narrativas voltadas ao público infantojuvenil. Suas principais obras são O Cego e a Dançarina, Harmada e Hotel Atlântico, que foi adaptado para o cinema em 2009.