Biógrafa do escritor Caio Fernando Abreu (1948 – 1996), Paula Dip prepara mais uma novidade sobre o autor de Morangos Mofados e de outros títulos que marcaram sua geração. Em dezembro, a jornalista paulistana publicará pela editora José Olympio Numa hora assim escura, a paixão literária de Caio F. e Hilda Hilst, volume que reúne correspondências inéditas trocadas entre a poeta paulista e o autor gaúcho entre 1971 e 1991.
Autora de Para sempre teu, Caio F., Paula estará na Feira do Livro nesta terça-feira, às 19h, na Sala Oeste do Santander Cultural, em um encontro para falar da vida e da obra de Caio com o professor Luís Augusto Fischer e a astróloga Amanda Costa.
Que aspectos da vida e da obra de Caio F. as correspondências do livro ajudarão a iluminar?
O mais marcante é a juventude. Conheci Caio quando ele tinha 30 anos. O Caio que escreve à Hilda tem 19, 20 anos...
Caio era ciente de que suas cartas tem valor literário?
Caio adorava ler a correspondência de grandes autores, artistas, músicos, escrevia suas cartas pensando no futuro. Comigo ele combinou exatamente isso, numa carta de 1983.
Como será o encontro com Luís Augusto Fischer e Amanda Costa nesta terça?
Levarei fac-símiles de algumas cartas. Também vamos falar de astrologia e das loucuras que Caio e Hilda fizeram na Casa do Sol (onde a poeta morou, em Campinas) e como isso se traduziu numa literatura apaixonada e fundamental do final do século 20 no Brasil.