Ainda sem uma solução para tentar compensar os quatro grupos que foram prejudicados nesta edição do Prêmio Açorianos de Teatro Adulto, a Coordenação de Artes Cênicas, da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMCEC), marcou a entrega dos troféus para a categoria de Circo e o Tibicuera de Teatro Infantojuvenil para esta sexta-feira (25), no Teatro Renascença (Avenida Érico Veríssimo, 307 — Menino Deus), a partir das 19h.
Vale lembrar que o mesmo edital foi utilizado para as três categorias. Mas, de acordo com o coordenador de Artes Cênicas, Jessé Oliveira, o Açorianos de Circo e o Tibicuera de Teatro Infantojuvenil não tiveram nenhum problema em sua realização e, por isso, as entregas ocorrerão normalmente. Já no Açorianos de Teatro Adulto, os jurados não assistiram a quatro peças e, por isso, as mesmas foram desclassificadas, não podendo concorrer à distinção. Não se sabe quando será resolvido o problema e, assim, o prêmio possa acontecer.
— Deverá ficar suspenso até que se encontre uma solução — afirma Jessé. — Mas não podemos prejudicar o Prêmio Açorianos de Circo e o Tibicuera Infantojuvenil. Amanhã, será a cerimônia com estes prêmios. Tão logo tenha um desdobramento, será publicizado.
Segundo a nota emitida pela Coordenação de Artes Cênicas, a suspensão do Açorianos de Teatro Adulto busca uma solução que "favoreça aos participantes da edição 2022 que teve problema na avaliação dos espetáculos". Vale lembrar que já ocorreram duas reuniões com os quatro grupos prejudicados juntamente com os organizadores do Açorianos, mas não houve acordo.
Os responsáveis pelos espetáculos Um Fascista no Divã; Sobrevivo: Antes que o Baile Acabe; Sobrevida; e Fica, Vai Ter Bolo, então, entraram com recursos. A data inicial para as respostas era no último dia 18, mas, até agora, não houve definição por parte dos realizadores da distinção.
Jaques Machado, do espetáculo Sobrevida, e Alexandre Dill, de Um Fascista no Divã, afirmaram que os grupos teatrais prejudicados não foram comunicados de que a entrega do Açorianos e do Tibicuera seria realizada nesta sexta-feira.
— Não nos informaram nada oficialmente. Estamos esperando resposta do recurso — diz Machado.
Já Dill aponta que a SMCEC se adiantou e, por isso, impossibilitou que os grupos entrassem com um mandado de segurança:
— Eles se adiantaram, fazendo um descumprimento do próprio edital, porque tem um edital só para tudo. Mas, mesmo assim, a gente está de olho aqui e aguardando recurso, além de estar aguardando a resposta da última reunião que teve, com os quatro grupos prejudicados, e atender ao recurso, que ainda não foi feito. A segunda coisa é chamar uma reunião com os 14 grupos do prêmio. A gente vai aguardar, então, tudo isso acontecer.
Vale lembrar que, na última reunião realizada, em 18 de novembro, a proposta apresentada pelos representantes do prêmio foi a de prorrogar a premiação para o próximo ano, durante a semana de aniversário de Porto Alegre, em março. Os quatro espetáculos receberiam uma ajuda de custo para retornar aos palcos em uma nova temporada, a ser exibida para os mesmos jurados. Posteriormente, seria divulgada uma nova lista de indicados.
Contudo, os grupos alegaram que, considerando que os jurados já se manifestaram publicamente sobre o ocorrido, não haveria impessoalidade no julgamento, devido à crise gerada. Além disso, os coletivos não querem que os outros 10 indicados sejam prejudicados. Portanto, mesmo com a possibilidade de avaliação por uma nova comissão, quatro trabalhos seriam assistidos por esta e os outros 10 pela comissão atual, o que não permitiria um julgamento justo e equiparado.
A proposição feita pelos grupos foi a de prorrogar o prêmio para o próximo ano, formando uma nova comissão, com apresentações dos espetáculos de todos os grupos novamente em janeiro, em um teatro cedido pela secretaria, com todos recebendo ajuda de custo e tendo as mesmas condições de serem avaliados e julgados.