De volta à vida, os dinossauros já chegaram em Porto Alegre e até brincaram com as crianças. Desde o dia 8 de outubro, o Circo Dos Dinossauros está na Capital, ao lado do estádio Beira-Rio. Nesta terça-feira (12), o movimento no local foi intenso — e os pequenos puderam apreciar um espetáculo com direito a carinho nos animais pré-históricos.
— Foi um espetáculo projetado um pouco antes da pandemia. Com a proibição dos animais, hoje em dia se perdeu muito dos artistas, não se tem mais atrativos para trazer a criança. Então eu lembrei que havia um circo de dinossauros nos Estados Unidos e no Chile. Entrei em contato, importamos o material da China e montamos o circo temático — explica o proprietário do circo, Marcelo Palácios.
Apesar do enfoque nos dinos, a programação não para por aí. Com shows de malabares, lira, tecido, corda bamba e até palhaçaria, a atração pretende garantir diversão para toda a família.
Para alguns, este foi o primeiro Dia das Crianças a ser comemorado. Maria, de dois anos, não tinha conseguido aproveitar uma programação infantil fora de casa ainda, devido ao fechamento dos estabelecimentos culturais por conta da pandemia. Depois de duas horas de espetáculo, ainda demonstrava empolgação e tinha energia o suficiente para rir e correr pela tenda. De acordo com a mãe dela, a farmacêutica Gabriela Viegas Haute, até então eles não tinham saído em família:
— É o primeiro Dia das Crianças que ela está entendendo. Depois de toda essa pandemia aqui decidimos dar isso de presente para ela — afirma a mãe da criança, Gabriela Viegas Haute, que é interrompida por Maria:
— Presente!
A interação é uma das marcas do espetáculo. Palmas da audiência são pedidas para ritmar músicas e apresentações — que, inclusive, contam com sucessos como K.O, de Pabllo Vittar, Dança Kuduro, de Daddy Kall feat Latino, e até Rabiosa, de Shakira. Os próprios palhaços contam com a participação do público.
Em um dos números, Rafael Garcia foi chamado pelo palhaço Luanzito para subir ao palco. Ao lado de outras três pessoas da plateia, o químico foi convidado a imitar um guitarrista. E seu afilhado, Bernardo, de nove anos, que já estava gostando do espetáculo, empolgou-se também ao ver Rafael na apresentação.
— Admito que eu já imaginava que isso aconteceria, sempre quando tem alguma coisa de puxar para o palco, eu sou premiado. Quando eu vi palhaço passando eu olhei para ele e pensei "ele vai me chamar" — afirma Rafael, que também já foi alvo de interação em outros dois espetáculos.
O sucesso do show compensa pelas dificuldades enfrentadas durante a pandemia. Segundo o proprietário do circo, Marcelo Palácios, a equipe estava em Piriápolis, no Uruguai, quando foram anunciados protocolos que fechariam a fronteira com o Brasil. Dentro de poucas horas, a equipe inteira precisou pegar a estrada — do contrário não conseguiriam entrar no país.
— Deram duas opções: ou você volta para o Brasil em 48 horas, ou vai ficar na pandemia trancado com a gente. Chamei todo mundo e perguntei: "o que fazemos?". Decidimos pelo Brasil porque, afinal, é a nossa casa — conta ele.
Inicialmente, a ideia de Palácios era ter duas apresentações — o Circo dos Dinossauros e o Circo Italiano Belíssimo, este último acabou fechando durante a pandemia. Agora, ele afirma que pretende manter o Circo dos Dinos funcionando à todo o vapor, e deve permanecer em Porto Alegre até dezembro.
Para quem ainda não conferiu o show, pode comprar os ingressos (a partir de R$20) diretamente no site circodosdinossauros.com.br ou na bilheteria do local.