Em cartaz nos cinemas, Bob Marley - One Love trata de resgatar parte da história da lenda do reggae que morreu aos 36 anos, em 1981. Dirigido por Reinaldo Marcus Green, o filme contou com o aval da família para falar sobre as polêmicas e mostrar a personalidade difícil do artista.
— Não pegamos leve com Bob Marley. Pegamos pesado. Mas é como seu som: pode ser duro, mas é um "duro leve". Quero que as pessoas conheçam os diferentes lados do meu pai. Bem humorado, perigoso, emocionado, ciumento... tudo isso está no filme — explicou o cantor Ziggy Marley, filho do artista, em entrevista ao jornal O Globo.
Produtor do filme, Ziggy contou que queria levar para as telonas como o pai encontrou o seu propósito na vida, sem recorrer às narrativas tradicionais de Hollywood:
— Escolhemos um momento transformador para ele, entre 1976 e 1978, após sofrer uma tentativa de assassinato. Foi um período de fortes experiências, que moldaram sua visão de mundo. Você não precisa saber cada detalhe de uma pessoa para sacar quem ela é.
Também assinam a produção a mãe e irmã de Ziggy, Rita e Cedella Marley respectivamente, e sua esposa Orly Marley.
Referências brasileiras
Fã de Pelé e do Brasil, Ziggy também quis homenagear essas duas paixões do pai:
— Falamos sobre Pelé no filme, porque Bob amava Pelé e queríamos homenagear esse amor pelo Brasil e pelo futebol. Meu pai me ensinou a amar o Brasil.
Conhecido pela cinebiografia do pai das tenistas Venus e Serena Williams, King Richard - Criando Campeãs, o diretor Reinaldo Marcus Green revelou que se inspirou no longa Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, para este projeto:
— Queria fazer algo que fosse real e autêntico. Queria que o filme fosse um Cidade de Deus com um pouco de música. Eu estava na faculdade de cinema quando o filme saiu e fiquei fascinado com a autenticidade das ruas. Era algo que queria. Não sei se existe um filme mais cru que Cidade de Deus. É um filme com energia única, com muita vida.