A atriz Dakota Johnson deu uma entrevista à Vanity Fair na terça-feira (28) e falou sobre seu papel no filme 50 Tons de Cinza. A artista revelou que fez os testes para estrelar uma versão da produção bem diferente da que foi ao ar nos cinemas, o que acabou por deixá-la decepcionada.
— Se eu soubesse, na época, que seria daquele jeito, acho que nem teria feito o filme — declarou Dakota, que viveu a personagem principal Anastasia Steele nos três filmes da saga. — Sou uma pessoa muito sexual e quando estou interessada em algo, quero saber tudo sobre aquilo. É por isso que eu fiz aqueles "filmes peladões".
Dakota Johnson foi questionada se o problema do longa era a direção ou o estúdio, e ela explicou que foi o combo dos dois.
— Foi também a autora dos livros — disse, referindo-se a E.L. James. — Ela tinha muito controle criativo, o dia todo, todos os dias, e ela apenas exigia que certas coisas acontecessem. Havia partes dos livros que simplesmente não funcionariam em um filme, como o monólogo interno, que às vezes era incrivelmente brega — declarou.
Dakota ainda revelou que foi apresentada a um roteiro do filme diferente do que ela gravou:
— Sempre foi uma batalha. Sempre. Quando fiz o teste para esse filme, li um monólogo de Quando Duas Mulheres Pecam (o clássico de Ingmar Bergman, de 1966) e eu fiquei tipo: "Ah, isso vai ser muito especial".
A obra citada por Dakota Johnson é muito prestigiada pela crítica e fala sobre relações interpessoais humanas. Inicialmente, a artista iria estrelar o filme com Charlie Hunnam, de Filhos da Anarquia, que viveria Christian Grey. O ator, no entanto, acabou abandonando o projeto, alegando um conflito de agenda.
Segundo Dakota, a autora E.L. James ficou tão furiosa com a saída dele que descartou o roteiro original feito por Patrick Marber. Jamie Dornan substituiu Hunnam e Sam Taylor-Johnson dirigiu o primeiro filme.
— Eu era jovem. Eu tinha 23 anos. Então foi assustador. Acabou se tornando algo louco — admitiu.
A atriz ainda disse que nunca tinha conseguido falar sobre isso com sinceridade, mas que no fim das contas, está orgulhosa do trabalho que fizeram em 50 Tons de Cinza.
— Houve muitas divergências. Nunca consegui falar sobre isso com sinceridade, porque você quer promover um filme da maneira certa e estou orgulhosa do que fizemos no final das contas e tudo acaba do jeito que deveria, mas foi complicado — explicou. — Nós fazíamos as tomadas do filme que Erika (E.L. James) queria fazer e então fazíamos as tomadas do filme que queríamos fazer. Na noite anterior, eu reescrevia cenas de diálogo para adicionar uma linha aqui e ali. Era um caos o tempo todo.
De acordo com a atriz, a única cena do roteiro original que entrou no primeiro longa foi a negociação em que Anastasia e Christian descrevem o contrato sexual deles. Mas, apesar dos problemas, ela disse que não se arrependeu de estrelar os filmes:
— Não acho que seja uma questão de arrependimento. Se eu soubesse na época que seria assim, acho que ninguém teria feito. Teria sido tipo, "Ai, isso é psicótico". Mas não, não me arrependo.
Dakota ainda falou sobre o seu parceiro de cena, Jamie Dornan, e não poupou elogios a ele:
— Nunca houve um momento em que não nos demos bem. Eu sei que é estranho, mas ele é como um irmão para mim. Eu o amo tanto, tanto, tanto. E nós estávamos realmente lá um para o outro. Tínhamos que realmente confiar um no outro e nos proteger.