Uma reportagem do jornal The New York Times revelou, na terça-feira (7), que a diretora Patty Jenkins e a atriz Gal Gadot receberam mais de US$ 10 milhões cada para apoiarem a decisão da Warner Bros de lançar Mulher Maravilha 1984 na HBO Max. O mesmo tratamento, contudo, não teria sido dado a outros grandes astros do cinema, como Will Smith, Keanu Reeves e Margot Robbie, que estrelaram em longas que também terão sua estreia no streaming e nos cinemas ao mesmo tempo.
O estúdio queria Jenkins e Gadot ao seu lado quando fizessem o anúncio e, após tensas negociações com os agentes dos artistas, chegaram ao valor exorbitante. O argumento utilizado foi que eles deveriam receber aquilo que provavelmente teriam ganho se o longa fosse lançado de maneira tradicional — primeiramente nos cinemas — e não concomitantemente com um serviço de streaming, ainda mais no auge de uma pandemia. As informações foram repassadas ao jornal por fontes com conhecimento das negociações, mas que falaram sob condição de anonimato.
Após a discussão, foi anunciado, na última quinta-feira (3), que mais 17 filmes da Warner seriam lançados no cinema e no streaming. Para evitar que a notícia vazasse, o estúdio teria mantido no escuro as principais agências e empresas de gestão de talentos até cerca de 90 minutos antes de emitir um comunicado à imprensa.
O movimento trouxe tensão, uma vez que outros atores não receberam a mesma proposta que Gadot e Jenkins. Representantes de estrelas da Warner, como Denzel Washington, Margot Robbie, Will Smith, Keanu Reeves, Hugh Jackman e Angelina Jolie buscaram entender porque seus clientes haviam sido tratado com menor prioridade. Até uma conversa sobre um boicote da Warner começou a circular dentro do Directors Guild of America, o sindicato dos diretores de cinema e TV dos Estados Unidos.
A companhia citou que a pandemia seria o motivo primário para mover todos os lançamentos de 2021 para um modelo de estreia híbrido. Contudo, alguns dos filmes — como Dune e Matrix 4 — não estariam disponíveis até o quarto trimestre do ano, quando já se espera ter uma vacina para o coronavírus. Embora a Warner tenha afirmado que este plano é para apenas o ano que vem, há quem acredite que este é um movimento permanente.