![Phil Bray / Netflix Phil Bray / Netflix](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/27469955.jpg?w=700)
Um dos destaques mais evidentes de O Gambito da Rainha é a atuação de Anya Taylor-Joy. Aos 24 anos, ela é uma das atrizes mais promissoras de Hollywood. Além da minissérie da Netflix, já estrelou outros projetos e tem o futuro reservado para grandes produções.
Antes de tudo, a atriz transitou por alguns países ainda na infância. Filha de pais interculturais – mãe espanhola e sul-africana, pai escocês e argentino –, Anya nasceu em Miami, nos Estados Unidos. Duas semanas após seu nascimento, sua família se mudou para Buenos Aires, na Argentina. Aos seis anos, ela foi com seus pais para Londres, mas só foi aprender inglês aos oito. Antes, só falava espanhol.
Desde cedo, Anya queria ser atriz. Tanto que ela deixou a escola aos 16 para tentar a sorte. Vítima de bullying, a jovem se sentia muito triste e deslocada naquele período. Para deixar os estudos, ela escreveu uma carta aos seus pais justificando sua escolha pela carreira de atriz.
Antes de atuar, trabalhou como modelo, sendo descoberta por acaso: foi abordada por um carro na rua enquanto passeava com seu cachorro. Claro, Anya se assustou no início, pensou que fosse algum stalker. A jovem agarrou o cão e apressou o passo. Dentro do veículo uma voz gritou que ela ia se arrepender se não parasse. "Por favor, tem alguém aqui que quer muito conhecer você", suplicou.
No automóvel estava a famosa agente de modelos Sarah Doukas, que foi responsável pelos papéis de nomes como Kate Moss e Cara Delevingne. Anya assinou contrato com a agência no dia seguinte.
Em seguida, ela foi fazer um trabalho no set da série Downton Abbey, onde conheceu o ator Allen Leech (que interpreta Tom Branson na atração). Os dois ficaram amigos, e Allen a indicou para seu agente.
Depois, Anya faria pequenas pontas em produções como as séries Endeavour e Atlântida e os filmes Academia de Vampiros: O Beijo das Sombras (2014) e A Jornada dos Vikings (2015). Até que surgiu o convite pra estrelar A Bruxa (2015), de Robert Eggers.
Do horror aos mutantes
![universal / Divulgação universal / Divulgação](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/17999301.jpg?w=700)
Foi com A Bruxa que Anya foi projetada em Hollywood. Sua atuação rendeu prêmios em festivais como Gotham Independent Film Award, o Empire Award e Fangoria Chainsaw Award. Em 2017, ela venceu um Bafta, o Oscar britânico, de Estrela Revelação.
A partir daí ela virou uma atriz recorrente em produções de horror e suspense: estrelou Morgan: A Evolução (2016), O Segredo de Marrowbone (2017) e dois longas do M. Night Shyamalan: Fragmentado (2016) e Vidro (2019).
Mas não foi só horror: entre outros papéis, Anya esteve em Barry (2016), que aborda a vida de Barack Obama quando estava na faculdade. No filme, ela interpreta uma jovem rica que namora o ex-presidente americano. A atriz foi uma das protagonistas da comédia Puro-Sangue (2017) e participou de uma temporada da celebrada série dramática Peaky Blinders.
Anya também estrelou o filme Emma, que foi lançado este ano direto nas plataformas digitais (vídeo sob demanda) e home video (DVD e Blu-ray). Com direção de Autumn Wilde, o longa adapta o romance homônimo de Jane Austen.
Agora ela está em cartaz no cinemas brasileiros em Os Novos Mutantes, onde vive Illyana Rasputin. No final de outubro, a minissérie O Gambito da Rainha estreou na Netflix, sendo apontado como melhor trabalho de Anya.
Rainha do xadrez
O Gambito da Rainha acompanha a trajetória da enxadrista Beth Harmon, interpretada por Anya em atuação bastante elogiada. A protagonista é uma jogadora genial, mas instável emocionalmente, tendo que lidar com o vício em calmantes e o alcoolismo.
Com sua expressividade, Anya ilustra de forma impecável toda a carga de estranhamento necessária para fazer de Beth uma rica personagem, que se sente deslocada o tempo todo. Além da instabilidade emocional e dos fantasmas que arrasta, ela não se encaixa nas expectativas projetadas pela sociedade às mulheres no começo dos anos 1960. Em especial mulheres independentes e, no caso de Beth, solitárias que se impõem em ambiente totalmente masculino.
"Acho que aprendi a ser mais gentil com Beth", disse Anya em entrevista à revista Marie Claire. "Uma coisa na qual me conectei muito foi quando você tem aquele tipo de determinação obstinada e tem um dom para isso, você tende a ficar isolado do rebanho. E quando se está sozinho consigo mesmo por períodos intensos de tempo... esse nível de pressão pode começar a te bagunçar um pouco", acrescentou.
Mais Anya nas telas
Seja cinema, streaming ou TV, a previsão é de vermos mais vezes o rosto de Anya pelos próximos anos. A atriz foi escalada para estrelar um novo filme da franquia Mad Max. Ela vai interpretar a versão mais jovem de Imperatriz Furiosa, papel que já foi de Charlize Theron, em Mad Max: Estrada da Fúria (2016). Ainda sem data de lançamento, o elenco do longa contará com Chris Hemsworth e Yahya Abdul-Mateen.
Ela está no drama Here Are the Young Men, ainda sem previsão de lançamento, e novamente em um produção de horror com Last Night in Soho, que deve chegar em 2021.
Anya também voltou a trabalhar com Eggers, que a dirigiu em A Bruxa. Intitulado The Northman, o filme é descrito como uma saga viking ambientada na Islândia por volta do século 10, que irá envolver uma jornada violenta por vingança. O elenco também terá nomes de peso como Nicole Kidman, Alexander Skarsgård, Willem Dafoe e até a cantora Björk. O longa está previsto para 2021.
“Estou muito orgulhosa de fazer parte deste projeto. Cada momento no set de filmagens me deixou orgulhosa. Acho que vamos mostrar ao mundo algo genuinamente original. Eu me sinto realmente honrada de ter feito parte disso”, descreveu Anya em entrevista ao site Collider.